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Nobel de Física premia cientistas que inovaram a compreensão do clima global

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Outubro de 2021 às 11h28

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The Nobel Prize/Niklas Elmehed
The Nobel Prize/Niklas Elmehed

Em toda a história da humanidade, nunca foi tão urgente compreender o funcionamento do sistema terrestre como hoje — e há décadas cientistas trabalham para entender o comportamento do clima global e o impacto humano sobre a Terra. Entre eles, estão os vencedores do Prêmio Nobel de Física deste ano, contemplados por suas inovadoras contribuições que não apenas caracterizam a complexidade deste sistema, mas o descrevem e o projetam a longo prazo, reforçando, inclusive, a base científica sólida conquistada ao longo das últimas décadas.

Conforme anunciado pela Real Academia Sueca de Ciências, Syukuro Manabe, da Universidade de Princeton; Klaus Hasselmann, do Instituto Max Planck de Meteorologia; e Giorgio Parisi, da Universidade Sapienza, são os vencedores do Nobel de Física deste ano. O trabalho desenvolvido pelos três é essencial para compreender como o clima da Terra está mudando e como as atividades humanas estão influenciando esse processo.

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Em 1960, o meteorologista e climatologista Syukuro Manabe liderou o desenvolvimento de modelos físicos do clima terrestre e foi a primeira pessoa a explorar a relação entre o balanço de radiação e o transporte vertical de massa do ar, conforme informou o comitê. Este ano, Manabe foi premiado por demonstrar como o aumento dos níveis de dióxido de carbono atmosférico eleva a temperatura da superfície do planeta.

Nos anos 1970, o físico e oceanógrafo alemão Klaus Hasselmann alavancou a compreensão pública a respeito das mudanças climáticas, ao criar um modelo que ligava o clima aos sistemas meteorológicos “caóticos”. Ele ajudou a responder, por exemplo, como tais modelos podem ser confiáveis embora sejam baseados em dados que mudam o tempo todo. Hasselman é fundador do Fórum do Clima Global e em 2009 recebeu o Prêmio Fronteiras do Conhecimento em Mudanças Climáticas pela Fundação BBVA.

Já o físico teórico italiano Giorgio Parisi foi responsável por descobrir os padrões ocultos em materiais complexos e desordenados na década de 1980. A contribuição premiada de Parisi, cujo trabalho sempre se concentrou na teoria quântica de campos e sistemas complexos, é destacada pelo comitê como uma das mais importantes ao analisar o quadro geral juntando peças de diversas naturezas, como a biologia, neurociência e a matemática.

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Contribuições urgentes

A importância destas contribuições, no entanto, só ganhou a devida urgência quando os modelos de previsão climática começaram a revelar um cenário futuro de aquecimento global nada positivo. Entre eles, está o 6º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da ONU, publicado em agosto deste ano, que prevê um aumento de 2,7 °C na temperatura média global até o fim do século, mesmo que todos os países cumpram os cortes de emissão firmados pelo Acordo de Paris.

O chefe-executivo do Instituto de Física, Paul Hardaker, disse que, apesar de os sistemas complexos serem matematicamente difíceis de lidar, eles fazem parte de nossas vidas de muitas maneiras. “Nunca isso foi mais importante o estamos fazendo agora para enfrentar os desafios de nosso clima em mudança e avançar em direção a uma nova economia verde”, acrescentou Hardaker.

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O prêmio consiste em uma medalha de outro para cada um deles e cerca de 10 milhões de coroas suecas — o equivalente a mais de R$ 6,1 milhões. O valor total será divido em duas partes: a primeira entre Manabe e Hasselman e, a outra, destinada a Parisi. “Está claro que para a geração futura, temos que agir agora de uma maneira muito rápida”, acrescentou o físico italiano em uma coletiva de imprensa após a divulgação do prêmio.

Fonte: The New York Times, The Guardian