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Mudanças climáticas tornam El Niño e La Niña mais fortes e frequentes

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/Wikimedia Commons
NASA/Wikimedia Commons

Um novo estudo de pesquisadores da CSIRO, organização governamental australiana de pesquisa científica, mostrou que as emissões humanas de gases de efeito estufa tornam os fenômenos de El Niño e La Niña mais frequentes e intensos.

A relação entre estes eventos e as mudanças climáticas foi, por mais de três décadas, um mistério para a ciência. Embora seja claro que tanto El Niño quanto La Niña tenham implicações para o clima ao redor do globo — intensificando secas e tempestades, por exemplo — as mudanças climáticas causadas pela humanidade interferem no próprio ciclo? De acordo com a pesquisa, sim.

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O que são El Niño e La Niña

El Niño e La Niña são duas fases de um mesmo ciclo conhecido coletivamente como El Niño-Oscilação Sul (ENSO). O fenômeno recebeu este nome de pescadores no Peru e Equador — “O Menino”, em espanhol, em referência ao Menino Jesus — por acontecer, frequentemente, próximo ao Natal.

Enquanto El Niño corresponde a um aquecimento das águas na superfície do Oceano Pacífico, La Niña é o seu oposto: a água se resfria. Entre estas duas fases, é dito que o planeta está em fase neutra — situação em que se encontra neste momento. Como pequenas alterações na temperatura da superfície do oceano podem levar a mudanças maiores na atmosfera, o ENSO acaba afetando a Terra como um todo.

Embora esse ciclo seja algo natural do planeta, vem se observado, ao longo dos últimos 50 anos, uma frequência maior de El Niños e La Niñas mais fortes.

Como o El Niño mudou

Entender se há uma influência humana em ciclos como esse não é algo tão simples para a ciência. São necessárias longas séries de dados — muitas vezes indisponíveis ou com grandes falhas — e é preciso considerar a variabilidade natural que os fenômenos climáticos possuem. Para lidar com estas questões, os cientistas usaram simulações computacionais de mais de 40 modelos climáticos diferentes.

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A partir disso, os pesquisadores buscaram identificar quando a intensificação de ambas as partes do ciclo ENSO se iniciou, encontrando, a partir da década de 1960, uma clara tendência correlacionada com o aumento das emissões de gases estufa.

Enquanto um novo El Niño é esperado para o segundo semestres de 2023, outras pesquisas já sugeriram que o ciclo deve continuar se alterando ao longo deste século.

Fonte:  Nature Earth & Environment Via: The Conversation