Fenômeno La Niña acaba após três anos; saiba o que isso significa
Por Rodilei Morais • Editado por Patricia Gnipper |
A Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA) anunciou nesta quinta-feira (9) que o fenômeno La Niña — um resfriamento natural e periódico das águas do Pacífico — se encerrou após três anos. Com influência no clima de todo o planeta, as consequências de La Niña, como a intensificação de furacões e secas, devem ser interrompidas.
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“A Mãe Natureza decidiu se livrar dessa porque já foi o bastante,” diz Azhar Ehsan, cientista à frente do programa que estuda os fenômenos El Niño e La Niña na Columbia University, em Nova York. Incêndios florestais mais frequentes, secas mais intensas e furacões mais fortes: os efeitos de La Niña costumam ser mais desastrosos do que os do El Niño — fenômeno oposto, em que as águas do Oceano Pacífico se aquecem.
Outra consequência da versão “feminina” desta dupla é o resfriamento da atmosfera do planeta. Embora isso possa parecer bom sob o ponto de vista das mudanças climáticas, mesmo com La Niña ativa, os últimos anos bateram recordes de temperatura. Como El Niño, por sua vez, esquenta a atmosfera, novos aumentos podem ser esperados.
Michelle L’Heureux, diretora do departamento que monitora ambos fenômenos pela NOAA, afirma que o mundo está agora em uma posição “neutra”, mas que o El Niño já pode chegar no final do inverno do hemisfério sul. O fenômeno tem implicações ao redor do globo como mais chuvas no leste africano e ondas de calor no sul da Ásia.
Ainda é cedo para ter estimativas precisas de quando o próximo El Niño pode começar, mas os cientistas indicam uma probabilidade de 60% disso acontecer no início da primavera. E se os três anos de La Niña já não deixaram danos o suficiente, os estudos apontam que há 5% de chance para um retorno pelo quarto ano consecutivo. Desde que se conhece e monitora esses fenômenos, não há precedentes para uma La Niña de quatro anos.
Fonte: Phys.org