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Luzes misteriosas no mar intrigam marinheiros e pesquisadores

Por| Editado por Rafael Rigues | 21 de Julho de 2022 às 12h15

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EpicStockMedia/Envato
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Em 2019, uma tripulação de seis marinheiros observou as águas ao sul da ilha Java, na Indonésia, emitirem um brilho curioso — a luminosidade era tão forte que eles conseguiram até registrá-la com seus smartphones. Conhecido como “mar leitoso”, o fenômeno foi tão brilhante e extenso que acabou até registrado por satélites, mas, por enquanto, segue com origem desconhecida.

O pesquisador Steven Miller, professor da Universidade do Estado do Colorado, comparou as imagens dos satélites com aquelas capturadas pelos marinheiros, e conversou com os tripulantes que viram o fenômeno — entre eles, estava Naomi McKinnon, que descreveu que o evento era extremamente brilhante sob a embarcação deles.

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Em um artigo aceito para publicação em maio, Miller documentou a experiência dos marinheiros com o evento, a comparou com os dados de satélites e avaliou as fotos que eles tiraram do brilho no mar. Ao saber que Miller estava pesquisando o ocorrido, McKinnon entrou em contato com ele. “A resposta dele foi ‘Uau! Você é a primeira pessoa a confirmar isso!”, relembrou.

Há dois tipos principais de bioluminescência na superfície do oceano: o mais comum está relacionado a ondas ou outros movimentos que estimulam mecanicamente o brilho de microrganismos bioluminescentes. Já o outro (aquele observado pelos tripulantes), ainda não é bem compreendido, mas não parece ter relação com estímulos mecânicos e é pouco comum.

Johan Lemmens, um médico aposentado que já viajou pelo planeta em circunavegações, afirma já ter observado brilhos do tipo no oceano. “A bioluminescência normal acontece quando as ondas se iluminam, ou quando há um rastro de luz atrás de você”, explicou, em entrevista ao jornal The New York Times. “Esse foi diferente: o mar estava iluminado, mas as ondas eram escuras”, disse. “Pareceu que a luz vinha mais do fundo”.

Na ocasião, a tripulação de McKinnon afundou um balde na água e coletou algumas amostras, que mostraram alguns pontos brilhantes; depois, os pontos ficaram subitamente escuros. De acordo com o artigo de Miller, “esta é uma resposta contrária à bioluminescência ‘normal’”. Agora, resta aguardar novos estudos, que podem ajudar os pesquisadores a entender melhor as luzes misteriosas.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: PNAS, The New York Times