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Inventário público alerta sobre a queima de combustíveis fósseis no planeta

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Setembro de 2022 às 17h27

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manfredxy/envato
manfredxy/envato

O primeiro inventário público de hidrocarbonetos foi publicado nesta segunda-feira (19), no qual são calculadas as reservas de combustível fóssil do planeta e o impacto que poderia ser gerado caso essas reservas fossem todas queimadas. O relatório mostra que cerca de 3,5 trilhões de toneladas de emissões de gás do efeito estufa seriam atiradas à atmosfera, 7 vezes mais do que o necessário para limitar o aquecimento global a um aumento de 1,5 °C.

O chamado Registro Global de Combustíveis Fósseis (RGCF) é trabalho da Carbon Tracker Initiative (Iniciativa do Acompanhamento de Carbono, em tradução livre), que teve a colaboração de diversas instituições e países para coletar dados e gerar o relatório em questão. Desde a Revolução Industrial, a atividade humana envolvendo carvão, petróleo e gás natural já aumentou a temperatura do planeta em 1,2 °C, o que vem afetando o clima perceptivelmente desde então.

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Combustíveis fósseis em números

O balanço global de carbono — ou seja, quanto de poluição despejada na atmosfera seria necessário para limitar o aquecimento global em no máximo 1,5 °C, conforme definido pelo acordo de Paris — é calculado, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em cerca de 360 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente, o que deve ser atingido em 9 anos caso as emissões atuais sejam mantidas.

Cálculos da própria ONU, no entanto, mostram que os governos por todo o globo planejam queimar mais do que o dobro de combustíveis fósseis, até 2030, do que seria consistente com um aumento de 1,5 °C. O que não tínhamos, até agora, era um inventário abrangente de quanto os países mantém de reserva de carbono.

Com o RGCF, é possível ter uma ideia mais transparente acerca do uso das reservas de petróleo, gás e carvão, o que deve ajudar a entendermos como funciona o suprimento global dessas matérias-primas, além de providenciar informações aos governos para possibilitar políticas públicas mais calculadas na direção de encontrar combustíveis menos prejudiciais à natureza.

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Foram identificados mais de 50.000 reservas em 89 países, sendo que alguns contém combustíveis o suficiente para ultrapassar o balanço global de carbono, como os Estados Unidos, que guardam 520 bilhões de toneladas em gás carbônico equivalente. China, Rússia e Austrália também podem ultrapassar o balanço sem ajuda.

Nos cálculos individuais de combustível, é mostrado que a maior fonte de emissões do mundo é a reserva petrolífera de Ghawar, na Arábia Saudita, que libera 525 milhões de toneladas de gás carbônico todos os anos. Os 12 locais mais poluentes do mundo ficam todos no Golfo ou na Rússia.

No que o inventário pode ajudar?

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Os organizadores do inventário esperam que ele possa conscientizar tanto investidores quanto a população ao perigo das emissões, fazendo com que aumentem a pressão aos governos de países emissores de gases poluentes, que podem, por sua vez, planejar medidas para a substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia sustentáveis.

Entre os interessados estão, por exemplo, os habitantes de Tuvalu, um arquipélago que tem gradualmente sumido devido ao aumento do nível do mar. O ministro das relações exteriores do país, Simon Kofe, disse ter esperança de que o inventário ajude a diminuir ou até acabar com a produção de combustíveis fósseis, salvando países como o seu de um destino terrível no fundo do mar.

Fonte: Carbon Tracker Initiative