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Groenlândia deve perder mais de 110 trilhões de toneladas de gelo até 2100

Por| Editado por Rafael Rigues | 30 de Agosto de 2022 às 10h45

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NASA
NASA

O derretimento de 3,3% do manto de gelo da Groenlândia (o equivalente a 110 milhões de toneladas métricas de gelo) poderá aumentar o nível dos mares em quase 30 centímetros entre o momento atual e o ano de 2100, mesmo que as emissões de gases causadores do efeito estufa parem hoje. A conclusão vem de um estudo liderado por Jason Box, professor de glaciologia no instituto Levantamento Geológico da Dinamarca e Groenlândia (GEUS).

Para o estudo, Box colaborou com cientistas da Bélgica, Suíça, Holanda e outros países. Juntos, eles analisaram dados de satélite da perda do gelo da Groenlândia, junto da forma da calota congelada, entre 2000 e 2019. Depois, eles calcularam quanto o aquecimento global até o momento levou o manto congelado a um estado de equilíbrio, em que a neve compensa a perda de gelo, e analisaram quanto mais gelo precisaria ser perdido para recuperar a estabilidade.

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Se o número parece alarmante, saiba que esta é uma estimativa conservadora. “Realisticamente, veremos mais que o dobro disso neste século”, alertou o professor Box. “No cenário previsível em que o aquecimento global continuará, a contribuição do manto congelado da Groenlândia para o aumento do nível dos mares vai somente continuar”, disse.

Como bilhões de pessoas vivem nos litorais, o aumento do nível dos mares e as consequentes inundações representam um dos maiores impactos da crise do clima a longo prazo. Além disso, se o recorde de derretimento do gelo da Groenlândia observado em 2012 se tornar rotina mais ao fim do século, os autores notam que a perda de massa do manto congelado poderá ser de 78 cm.

O estudo proporcionou uma estimativa sólida do aumento do nível dos mares, mas o método usado pela equipe não trouxe uma escala cronológica exata para isso. Mesmo assim, eles estimam que a maior parte do aumento do nível dos mares ocorrerá logo. "Não importa se será em 100 ou 150 anos, [o aumento] vai vir", disse William Colgan, coautor.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Climate Change.

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Fonte: Nature Climate Change; Via: GEUS, The Guardian