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Formigas podem ter dificuldade em se adaptar ao aquecimento global

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Fevereiro de 2023 às 19h50

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Studio_OMG/Envato
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Um estudo recente mostrou que espécies de formiga não estão se adaptando às temperaturas mais quentes decorrentes do aquecimento global. Os hábitos dos numerosos insetos não têm se alterado, mas isso está custando caro em energia para eles. A descoberta é resultado da pesquisa de cientistas da Universidade da Carolina do Norte em Raleigh, Estados Unidos.

As mais de 20 quadrilhões de formigas que habitam a Terra — cerca de 2,5 milhões para cada ser humano — possuem importantes funções em seus ecossistemas: aeradoras do solo, dispersoras de sementes e predadoras, por exemplo. Porém, apesar de sua quantidade e relevância, poucos estudos já investigaram como os corpos e comportamentos destes seres podem mudar com as mudanças climáticas.

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Para preencher esta lacuna, a equipe de cientistas liderada pela ecóloga Elsa Youngsteadt estudou os hábitos de forrageamento — a busca por comida — destes animais. Os pesquisadores encontraram que, embora as formigas prefiram temperaturas mais amenas, elas não evitaram comida em condições de temperatura mais elevada. Esse padrão de comportamento sugere que estes insetos estejam gastando mais energia com as mudanças no clima.

“A questão que fica é se as formigas possuem energia para manter o ritmo em uma situação como essa” diz Elsa. Caso elas não tenham, por conta de todas as funções que elas desempenham nos ecossistemas florestais, as consequências não vão se limitar somente aos próprios insetos — elas podem se estender a todo seu ambiente.

As formigas são animais ectotérmicos: elas não regulam a própria temperatura corporal, diferentemente de mamíferos, por exemplo. Isso faz com que seu corpo tenha a temperatura controlada pelo ambiente. Ao mesmo tempo, os insetos possuem vidas curtas o suficiente para não sentirem individualmente os efeitos do aquecimento global, o que coloca a questão de como as formigas vão se adaptar.

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No experimento, os cientistas colocaram formigas de diferentes origens nas proximidades da cidade de Raleigh. Pelo fenômeno das ilhas de calor urbanas, algumas delas já viviam em temperaturas mais quentes do que as que vieram de fora da cidade. Com alimento disponível em um ambiente de temperatura controlada, as formigas não ajustaram seu comportamento de acordo com o que os cientistas esperavam.

Nas palavras de Elsa, é como se as formigas estivessem “vivendo rápido e morrendo jovens,” citando a famosa frase. Biólogos ainda não sabem exatamente quais podem ser as consequências para os ecossistemas mas os resultados já indicam que haverão mudanças no fluxo de energia através dele. Agora, Elsa e seus colegas pretendem estudar colônias inteiras para aprofundar a investigação no assunto.

Fonte: Journal of Animal Ecology Via: Eos