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Flores estão se abrindo antes do que deveriam por causa das mudanças climáticas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Fevereiro de 2022 às 13h00

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Unsplash/Sébastien Marchand
Unsplash/Sébastien Marchand

Centenas de flores no Reino Unido estão se abrindo antes do esperado e isso parece ser provocado pelas mudanças climáticas. Um estudo liderado pela Universidade de Cambridge descobriu que as espécies estão desabrochando precocemente quase um mês inteiro, em comparação com 40 anos atrás.

As plantas, assim como os animais, precisam de tempo suficiente para se adaptarem às mudanças de seu meio. No entanto, desde o começo da década de 1980, centenas de espécies do Reino Unido estão fora de sincronia com as estações.

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Essa mudança sinaliza que a complexa rede de interações que forma os ecossistemas está ameaçada. Isso porque as mudanças climáticas são bem mais velozes do que as tênues alterações climáticas que ocorrem de uma estação para outra.

O novo estudo analisou as primeiras florações de 406 espécies de plantas catalogadas entre 1753 a 2019. Os pesquisadores descobriram que, em média, elas estão florescendo quase um mês inteiro do que antes de 1986.

Efeitos das mudanças climáticas

Os pesquisadores ressaltaram que o aquecimento global provocado pela humanidade está avançando em um ritmo veloz, e isso afeta profundamente a capacidade de os ecossistemas do planeta de se manterem estáveis.

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No Reino Unido, o clima mais quente altera a quantidade de chuva que cai sobre a neve, acelerando o derretimento do gelo. Essas dinâmicas são fundamentais para que as plantas despertarem suas flores. Caso a temperatura continue a subir, elas florescerão ainda mais cedo.

As ervas, que possuem uma vida curta, estão se adaptando mais rapidamente às novas temperaturas, mas isso não significa que tudo esteja funcionando. Os pesquisidores temem que a evolução adaptativa dessas espécies não ofereça um tempo ideal para a floração.

A floração antecipada também ameaça os insetos sazonais responsáveis pela polinização das flores, bem como os animais que se alimentam de pólen, dos frutos e que auxiliam na dispersão das sementes.

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Os cientistas chamam isso de incompatibilidade ecológica (ou fenológica), quando os ciclos de vida das espécies que evoluíram juntas e dependem umas das outras começam a perder a sincronia — e isso é uma forte característica de um ecossistema saudável.

O Japão possui um catálogo de floração ainda mais antigo e, no ano passado, as flores de cerejeiras — umas das marcas do país — floresceram mais cedo do que em qualquer momento dos últimos 1.200 anos. De todo modo, os pesquisadores foram taxativos: as mudanças climáticas estão abalando o relógio das estações.

O estudo foi apresentado na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.

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Fonte: Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, Via ScienceAlert