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Extensão do gelo marinho na Antártida é a menor já registrada

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Fevereiro de 2023 às 16h35

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Hannah Zanowski/Universidade de Washington
Hannah Zanowski/Universidade de Washington

Restando poucas semanas até o final da temporada de degelo, a cobertura de gelo marinho no oceano que cerca a Antártida é a menor já registrada até este período do ano. De acordo com estimativas do National Snow and Ice Data Center (NSIDC) essa extensão deve cair ainda mais até alcançar seu mínimo anual.

Como seu nome sugere, o gelo marinho corresponde à própria água dos mares na fase sólida — uma descrição que pode parecer óbvia, mas é fundamental para diferenciá-lo das plataformas de gelo do continente antártico, que consistem em água doce. O derretimento do gelo marinho não representa nenhum aumento no nível dos oceanos, já que essa água já fazia parte dele. Isso não quer dizer, porém, que o indicador não seja preocupante.

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O cinturão de gelo marinho que se forma ao redor da Antártida ao longo das temporadas de frio mais intenso atua como uma barreira entre o oceano e o gelo — de água doce — das plataformas e geleiras em terra firme. É natural que a extensão desta barreira diminua durante o verão do hemisfério sul, mas, nas taxas que isso vem acontecendo, as plataformas de gelo ficam perigosamente expostas ao impacto das ondas e a interação com água mais quente.

Além disso, por sua cor, o gelo reflete até 90% da radiação solar que recebe de volta para o espaço. Menos gelo cobrindo o planeta pode implicar em um aquecimento global mais acelerado.

O histórico do gelo marinho na Antártida

A extensão do gelo marinho é monitorada desde 1979, apresentando grandes variações ano a ano. A área total de quase 3 milhões de quilômetros quadrados — duas vezes o estado do Amazonas — oscilou positiva e negativamente ao longo das décadas, contudo, desde 2016, nota-se nela um declínio substancial.

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Em 2022, pela primeira vez no histórico de observações, a cobertura do gelo marinho na Antártida ficou abaixo de 2 milhões de quilômetros quadrados. No momento, ela está em 1,91 milhões, de acordo com uma declaração do NSIDC na última terça-feira (14).

Quando se calcula a perda de gelo por década, a taxa de 0,9% não possui diferença significativa para os cientistas afirmarem com certeza uma tendência de redução — no Ártico, por outro lado, a diminuição do gelo tem chegado a 13% a cada 10 anos.

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De qualquer forma, os valores recentes acendem um alerta para os pesquisadores: os oito últimos anos — de 2015 a 2022, um período muito similar ao da diminuição recente do gelo marinho na Antártida — foram os mais quentes já registrados no planeta.

Fonte: NSIDC Via: Phys.orgBBC