Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Este sistema inovador poderá simular oceanos para estudar o aquecimento global

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Outubro de 2021 às 13h40

Link copiado!

Unsplash/Matt Hardy
Unsplash/Matt Hardy

Pesquisadores do Scripps Institution of Oceanography, um dos maiores e mais antigos centros de pesquisa de ciências do oceano, estão próximos de inaugurar um feito tecnológico inédito: um simulador de oceano. Chamado Soars, o sistema tem estrutura de 36 metros de extensão e conta com um tanque de 32 mil galões de água do mar. Ele será fundamental para compreender como os oceanos da Terra estão reagindo às mudanças climáticas, cada vez mais velozes e preocupantes.

O nome Soar, na verdade, é uma sigla para Scripps Ocean Atmosphere Research Simulator. O tanque do sistema abrigará água vinda diretamente do Oceano Pacífico e, logo acima dele, enormes dutos soprarão ventos de até 100 km/h, com uma espécie de remo movimentando as águas para simular as ondas do mar. Hoje, o simulador se encontra na fase de testes finais, com inauguração prevista para o próximo verão norte-americano.

Continua após a publicidade

Atualmente, os oceanógrafos dependem de projeções computacionais para realizar seus modelos climáticos e, assim, compreender como os oceanos da Terra estão se comportando diante do aquecimento global. Embora bastante úteis, estes modelos ainda são brutos — ou seja, deixam escapar informações pequenas, mas valiosas. O Soars oferecerá um controle de modelagem sem precedentes, permitindo que os pesquisadores controlem detalhes como temperatura da água, acidez, velocidade do vento e mais.

Além de uma resolução de dados mais precisa e quase em tempo real, o novo simulador também traz o benefício da economia para realização de pesquisas. Um estudo que precisaria de um navio para ser realizado pode custar mais de US $20.000 ao dia, enquanto esse custo com o Soars será de entre US$ 1.500 e US$ 2.000. 

A partir do Soars, muitas pesquisas poderão ser realizadas, não apenas as que estudam a evaporação da água do mar e a formação de nuvens, mas também aquelas que relacionam o aquecimento dos oceanos com os ecossistemas marinhos e o derretimento do gelo polar. A nova tecnologia também estará disponível aos cientistas de todo o mundo e os dados obtidos a partir dela serão fundamentais para lapidar os modelos climáticos realizados em computador.

Continua após a publicidade

Para o próximo verão norte-americano, o cientista de aerossóis climáticos Paul DeMott, da Colorado State University, planeja realizar um experimento no qual ele e sua equipe poderão manipular as temperaturas e velocidades do vento para entender como pequenas partículas se formam. A pesquisa poderá ser observada a partir de uma passarela acima do tanque, que oferece diversas perspectivas, ou através de uma grande janela, como um aquário, na sala de controle.

Entre tantas tarefas fundamentais, os oceanos têm cumprido a importante função de absorver boa parte do calor causado pelo aquecimento global, mas é necessário entender como este aquecimento está afetando suas águas. Mais do que isto, é importante entender como os oceanos desempenham um papel dinâmico para o clima da Terra. “Se não acordarmos, se não entendermos as consequências de nossos comportamentos, ficaremos em uma situação muito difícil”, acrescentou Deane.

Fonte: WIRED, UC San Diego