Erupção do vulcão Tonga teve a força de cinco bombas nucleares
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Em 2022, o vulcão Tonga protagonizou uma das maiores erupções da história. Até então, a causa do evento permaneceu um mistério, mas uma equipe da Australian National University analisou os registros sísmicos e confirmou que houve uma explosão, possivelmente devido a uma rocha comprimida a gás, que liberou energia equivalente a cinco das maiores explosões nucleares subterrâneas conduzidas pela Coreia do Norte em 2017, para se ter um parâmetro.
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"O evento resultou da rocha comprimida a gás presa sob um mar raso, como uma panela de pressão cozida demais. Isso seria surpreendente para muitos porque era comumente pensado que a interação do magma quente com a água fria do mar causava erupções vulcânicas subaquáticas tão massivas", afirma um dos autores, Jinyin Hu, no comunicado publicado pela ANU.
O estudo, publicado na Geophysical Research Letters, foi baseado em uma técnica desenvolvida anteriormente para estudar explosões subterrâneas.
O material menciona que a explosão causou um enorme empurrão vertical de água para cima na atmosfera, causando tsunamis que atingiram até 45 metros em ilhas próximas. A estimativa dos autores é que havia água suficiente para encher "cerca de um milhão de piscinas olímpicas".
Força vertical
Os pesquisadores contam que notaram uma força vertical significativa apontando para cima durante o evento — o que no início gerou confusão e surpresa — e então perceberam que a terra sólida ricocheteou para cima depois que a coluna de água foi elevada.
Eles descrevem como um "evento explosivo de duração relativamente curta observado globalmente" e até mesmo como "o melhor evento registrado instrumentalmente em comparação com eventos de tamanhos semelhantes no passado recente".
O relatório também defende que monitorar a liberação de gases e microsismicidade de locais vulcânicos pode ajudar a se preparar melhor para eventos futuros.
Consequências da erupção do vulcão Tonga
A erupção de vulcão em Tonga afetou o funcionamento de vários satélites, uma vez que foi responsável pelo surgimento de bolhas de plasma na atmosfera. Um relatório da Scientific Reports indica que as ondas de pressão de ar geradas pela erupção levaram ao deslocamento de partículas na ionosfera. O resultado: irregularidades na distribuição eletrônica ao longo do Equador.