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Ecoacústica | A curiosa ciência que escuta o solo das florestas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 23 de Maio de 2023 às 16h24

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Luisbaneres/envato
Luisbaneres/envato

Analisar o som na biologia é comum no estudo de seres como aves e morcegos, mas um campo emergente — a ecologia acústica, ou ecoacústica, dos solos — registra os sons propagados pela terra em uma floresta para monitorar a regeneração de áreas desmatadas.

Quem já assistiu a trilogia O Senhor dos Anéis pode se lembrar de Aragorn pondo os ouvidos no solo para rastrear o movimento de seus inimigos em uma perseguição. A ecoacústica não funciona assim, mas pode fornecer informações valiosas sobre o que acontece no subterrâneo e a saúde do ecossistema florestal.

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Os cientistas usam um tipo especial de instrumento de captação, chamado de microfones de contato, para monitorar as vibrações no solo. Para minimizar interferências externas, eles ainda construíram uma câmara para colocar as amostras da terra a serem ouvidas. Um estudo de pesquisadores britânicos, publicado nesta segunda-feira (22), mostra como o método pode ser útil para medir a biodiversidade nesses ambientes.

A pesquisa foi feita em diferentes áreas de uma floresta no norte da Inglaterra, metade delas desmatadas na última década, enquanto a outra metade já está em regeneração por pelo menos 30 anos. A hipótese dos cientistas era de que o solo da floresta regenerada teria uma maior diversidade de sons que a que passou por um corte recente — isso porque os solos regenerados e, teoricamente, mais saudáveis, abrigariam mais formas de vida.

A equipe foi capaz de confirmar suas suspeitas, registrando sons mais altos e variados nas áreas recuperadas que nas degradadas. Um sinal de que a biodiversidade presente também é maior. O estudo revelou uma média de 102 invertebrados por amostra de 3 litros de solo da área regenerada, enquanto a área degradada apresentou uma média de apenas 64.

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A saúde do solo das florestas é importante pois os organismos que vivem nele têm um papel fundamental no ciclo de elementos químicos, como o carbono e o nitrogênio, no planeta. Não somente as plantas que crescem nestes locais, mas também a própria terra atua como um depósito para o carbono presente na atmosfera, ajudando a combater as mudanças climáticas. Solos degradados, por outro lado, podem ter o papel oposto: emitindo gases de efeito estufa.

Fonte: Restoration Ecology via: Science Alert