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Derretimento de geleiras da Groenlândia pode ser 100 vezes maior que o esperado

Por| Editado por Patricia Gnipper | 16 de Dezembro de 2022 às 15h28

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Pexels/Pixabay
Pexels/Pixabay

Melhorias em um modelo computacional de cientistas da Universidade do Texas mostram que as geleiras da Groenlândia podem estar derretendo muito mais rápido do que se imaginava. As novas estimativas indicam um cenário pior do que o esperado e podem ser um importante indicador de o quanto o nível dos oceanos pode aumentar no futuro.

Todo modelo científico possui incertezas e seus desenvolvedores estão em constante esforço para melhorá-los. No caso de algumas das geleiras da Groenlândia, uma grande fonte de incertezas era a falta de dados que pudessem incorporar uma de suas particularidades: o ângulo que elas formam com o mar.

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Embora seus criadores tentem calcular o derretimento de geleiras de frente vertical, que encontram o mar em um ângulo menor do que 90º, o modelo elaborado por eles se baseava no derretimento observado em geleiras diferentes. “Até agora, os modelos de derretimento de geleiras se basearam nos resultados da Antártida, onde o sistema é bem diferente,” afirma Kirstin Schulz, uma das autoras do novo estudo.

Como os resultados foram melhorados

A grande dificuldade imposta aos cientistas que trabalham nesta área está na realização de medidas precisas pelo alto risco que as próprias geleiras exercem. Por décadas, o perigo do gelo caindo de seus penhascos impediu que os pesquisadores pudessem obter dados destas formações.

Basear-se em dados da Antártida era o melhor que se podia fazer até então. Isso mudou graças a observações feitas na geleira de LeConte, no Alaska. Caiaques equipados com sensores oceanográficos foram controlados remotamente para se aproximar da geleira e obter os dados necessários, mostrando um derretimento 100 vezes mais rápido do que o imaginado.

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Incorporando estes dados, Schulz e outros especialistas mudaram as equações de seu modelo computacional, conseguindo resultados mais próximos da realidade.

O que esse derretimento significa?

O manto de gelo da Groenlândia é o segundo maior da Terra e cobre 80% de seu território. Caso todo esse gelo derreta, como aconteceu há cerca de 130.000 anos, o nível dos oceanos poderia subir até 6 metros.

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Esse aumento no nível dos oceanos seria o suficiente para cobrir quase toda a Ilha de São Vicente, na Baixada Santista, em São Paulo, conforme ilustra a simulação abaixo:

Fonte: Geophysical Research Letters Via: Phys.org