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Como cidades-esponja impedem inundações e alagamentos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Maio de 2024 às 20h10

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CHUTTERSNAP/Unsplash
CHUTTERSNAP/Unsplash

Para os próximos anos, a previsão é que os eventos climáticos extremos, como as inundações e alagamentos que afetam o Rio Grande do Sul, se tornem mais comuns. Diante desse cenário, as cidades precisarão se tornar cada vez mais inteligentes, com a aplicação de novas tecnologias e intervenções no cotidiano. O conceito de cidades-esponjas é uma dessas alternativas contra as fortes chuvas.

Diferente do que a maioria das pessoas pode pensar, as tragédias associadas com enchentes e inundações não estão apenas conectadas com o volume de água que choveu em determinado local.

É importante considerar também a capacidade de vazão, absorção e drenagem de água de um local. Sem isso, áreas podem permanecer alagadas por longos períodos, mesmo com precipitações moderadas. Como o próprio nome já sugere, as cidades-esponjas são planejadas para impedir que casas e prédios sejam tomados pelas águas.

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O que são cidades-esponjas?

O termo cidade-esponja foi usado, pela primeira vez, na China por volta do ano de 2010 — por lá, um dos maiores exemplos são as construções de Chongqing. Embora o conceito não estivesse bem definido, outros países também aplicam técnicas para absorver e reter as águas pluviais, evitando tragédias, como Berlim (Alemanha), Seattle e Nova York (EUA) e Copenhague (Dinamarca). No entanto, nenhum local ainda é 100% “esponja”.

"Nas cidades-esponja, toda superfície precisa estar conectada a um espaço que possa ‘inundar’ com segurança”, explica Franco Montalto, engenheiro civil e professor da Universidade Drexel, em artigo para a plataforma The Conversation. Adiantamos que isso é um passo além de ter jardins, árvores e telhados verdes espalhados por uma área urbana.

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Isso porque a ideia não é necessariamente que o solo absorva toda a água da chuva ou que essa água seja transportada até o rio mais próximo, através de dutos e encanamentos. Afinal, há risco dessa tentativa apenas piorar uma inundação. Então, o objetivo é armazenar a água, em diferentes tipos de reservatórios e cisternas, dando vazão gradual. 

Por exemplo, uma cidade-esponja verdadeira pode ter áreas verdes distribuídas em diferentes pontos, mas também áreas feitas com concretos permeáveis para absorver a água em um reservatório. Este sistema pode ser aplicado em ruas, estacionamentos ou mesmo quadras esportivas, criando áreas alagáveis ou ainda parques-piscina. Tudo voltaria ao “normal”, após as chuvas.

A seguir, veja um dos exemplos dos jardins que coletam água, em Nova York:

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Absorvendo água das chuvas

Com base nos experimentos desenvolvidos por sua equipe, o professor Montalto estima que 65% das superfícies precisam ser permeáveis para dar conta das águas pluviais, com segurança. Tal porcentagem pode ser inviável em muitos locais, se as únicas opções fossem os jardins.

Dentro do conceito de cidades-esponja, as ruas seriam redesenhadas para direcionar as águas pluviais para locais projetados para inundar, com segurança, em casos de eventos climáticos extremos. Além disso, “as áreas naturais existentes seriam aproveitadas para o armazenamento de águas pluviais, aprimorando sua ecologia”, acrescenta o pesquisador.

"À medida que os eventos extremos se tornarem mais frequentes, espero que os padrões de planejamento e projeto urbano evoluam para incluir o conceito de cidade-esponja”, completa Montalto. 

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Agora, confira outra aplicação do conceito de cidade-esponja em Berlim:

Fonte: The Conversation