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Brasil pode liderar o sequestro de carbono mundial; entenda

Por| Editado por Patricia Gnipper | 04 de Janeiro de 2022 às 12h10

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Tom Fisk/Pexels
Tom Fisk/Pexels

O Brasil tem grande potencial de liderar o sequestro de carbono mundial, uma vez que o país acumula 50 milhões de hectares de terras que podem ser reflorestadas. A remoção do carbono atmosférico é fundamental para que o aquecimento global seja mantido entre 1,5 a 2 °C em relação aos níveis pré-industriais.

O reflorestamento é uma das ferramentas mais eficazes para o sequestro de carbono, além de ser o método mais barato. Diante de uma reserva de 50 milhões de hectares de solos reflorestáveis, o Brasil tem tudo para liderar este setor em escala mundial, mas, para isso, é necessário agir contra o tempo.

A proposta foi apresentada por Renato Crouzeilles, doutor em ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), durante o webinário “Serviços Ecossistêmicos”, que aconteceu no Ciclo BIOTA Empreendedorismo, promovido pela Agência FAPESP.

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Segundo Crouzeilles, o mercado voluntário de sequestro de carbono deve crescer até 15 vezes nesta década. Até 2050, estima-se que entre 7 a 13 toneladas de carbono sejam removidas anualmente da atmosfera para compensar as emissões e alcançar o chamado Net Zero.

O Net Zero se refere à neutralidade do carbono, isto é, quando qualquer emissão remanescente dele é compensada pelo sequestro. “A demanda já é grande e tende a aumentar, o preço também, e a oferta ainda é baixa e de baixa qualidade”, acrescentou Crouzeilles.

Potencial do sequestro de carbono

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Para que uma oferta de sequestro de carbono seja qualificada, ela precisa atender a três critérios.

O primeiro é a durabilidade, ou seja, por quanto tempo sequestrará carbono. O segundo é a adicionalidade, quando o reflorestamento é exclusivo para este propósito. O terceiro critério é o vazamento, quando o reflorestamento em uma área não pode refletir no desmatamento de outra.

“O Brasil apresenta uma das maiores oportunidades para reflorestamento em larga escala e a baixo custo visando remover CO2 da atmosfera”, ressaltou Crouzeilles, que destacou quatro vantagens para o país:

  • alto potencial de sequestro de carbono;
  • baixo custo para o reflorestamento;
  • grande quantidade de área disponível;
  • alto potencial para regeneração natural assistida.
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O ecologista reforçou que os agentes econômicos brasileiros deveriam encarar a preservação e reconstrução das florestas como um dos maiores potenciais lucrativos do país — além das motivações ambientais. Crouzeilles citou grandes empresas nessa missão, como a Microsoft, que pretende apagar toda sua pegada de carbono.

Embora o Brasil tenha tudo para liderar o sequestro do carbono, é necessário agir com rapidez, uma vez que a meta de limitar o aquecimento global em até 2 °C até 2030 está distante de ser batida. Para o ecologista, as startups possuem a dinâmica veloz necessária para este potencial.

Fonte: Agência FAPESP