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Microsoft anuncia compromisso global de zerar suas emissões de carbono até 2030

Por| 04 de Agosto de 2020 às 11h36

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A Microsoft anunciou o compromisso global de zerar suas emissões de carbono até 2030 e, a partir de 2050, deverão remover mais carbono do ambiente do que emitiram desde a fundação. A empresa foi criada há 45 anos, em abril de 1975, por Bill Gates e Paul Allen.

"Em julho de 2020, começamos a expandir o valor da nossa taxa interna de carbono atual para cobrir nossas emissões de escopo 3, emissões indiretas de atividades como a produção dos bens adquiridos e resíduos. Nas áreas sociais e educacionais, também assumimos o compromisso de disponibilizar tecnologia para gerar um impacto real, apoiando a oferta de capacitação que aumente as chances de emprego", disse Lucia Rodrigues, Líder de Filantropia da Microsoft Brasil, ao Canaltech.

Como parte da iniciativa de zero carbono, a companhia vai iniciar o que chamam de "Centros Circulares", que ajudarão a empresa a reutilizar e reciclar 90% do lixo de suas fábricas, em vez de mandar para terceiros. Um dos maiores itens a serem reciclados por eles serão os servidores usados nos data centers. A Microsoft também declarou que não terá qualquer desperdício em seu processo de manufatura até a data estipulada.

A companhia também disse ao Canaltech que criou uma iniciativa para usar a tecnologia Microsoft para ajudar fornecedores e clientes em todo o mundo a reduzir suas próprias pegadas de carbono e um novo fundo de inovação climática de US$ 1 bilhão para acelerar o desenvolvimento global de tecnologias de redução, captura e remoção de carbono. "A partir do próximo ano, a Microsoft também fará da redução de carbono um aspecto explícito de nossos processos de compras para nossa cadeia de suprimentos. Um novo relatório anual de sustentabilidade ambiental detalha o impacto de carbono e a jornada de redução", comentou a líder.

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Na área de data centers, a companhia também anunciou esforços ao desenvolvimento de alternativas sustentáveis relacionadas ao consumo de energia. Segundo a empresa, o último anúncio diz respeito ao teste para uso de células de combustível de hidrogênio para a energia de backup em datacenters. "Para ajudar a atingir esse objetivo e acelerar a transição global dos combustíveis fósseis, a Microsoft também pretende eliminar sua dependência do diesel até 2030", falou.

Desafios

No ano passado, os maiores complexos de escritórios da Microsoft enviaram cerca de 3 mil toneladas de resíduos para aterros sanitários. Com o novo compromisso, a empresa espera reduzir esse valor a zero na próxima década. Porém, o lixo proveniente dos escritórios é um problema bem menor se comparado com o lixo eletrônico procedente dos gadgets que a companhia e demais fabricantes de tecnologia produzem.

Em 2019, as pessoas jogaram mais de 53 milhões de toneladas métricas de lixo eletrônico, um recorde segundo relatório do Global E-waste Monitor 2020 das Nações Unidas, divulgado em julho deste ano. E esse número só tende a crescer, como vem acontecendo anualmente. Ou seja, o anúncio da Microsoft não deve causar grande impacto neste sentido, já que a empresa ainda não se responsabiliza pelo o que acontece com os produtos que vende.

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“As empresas de eletrônicos fazem um ótimo trabalho ao projetar [gadgets] por prazer e eficiência, mas a rápida mudança na demanda dos consumidores também significa que estão projetando para obsolescência. Portanto, o produto mais novo e mais legal de hoje se torna o lixo de amanhã", disse Scott Cassel, fundador do Instituto de Administração de Produtos sem fins lucrativos, em uma entrevista em julho ao The Verge.

Cassel e outros defensores do meio ambiente pressionam as empresas de eletrônicos para que elas produzam produtos que durem mais, além de se responsabilizarem pela coleta e reciclagem dos dispositivos que no final de suas vidas úteis.

Outros grupos de defesa, como o US PIRG, pediram à Microsoft que vote a favor do projeto de lei norte-americano de "direito de reparo", que exige que as companhias divulguem informações sobre seus produtos para ajudar consumidores a fazerem reparos por conta própria ou por meio de terceiros. De acordo com os defensores, este tipo de iniciativa poderia ajudar a manter os produtos em uso por mais tempo e mantê-los fora dos aterros sanitários.

Em entrevista ao The Verge, a Microsoft informou que projetou seu Surface Laptop e Surface Pro X para que sejam mais fáceis de desmontar e consertar do que os modelos anteriores. "Estamos absolutamente comprometidos em aumentar a capacidade de reparo de nossos próprios produtos, mas também tentamos equilibrar outros aspectos como segurança e durabilidade e, é claro, provavelmente o mais importante para nós: privacidade e segurança", disse Brian Janous, gerente geral da Microsoft de energia e sustentabilidade. "Este é o primeiro passo de uma jornada. Haverá muito mais por vir à medida que aprendemos mais sobre como podemos realmente influenciar esse ciclo de vida útil", finalizou.