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Bolha de água quente no oceano Pacífico explica El Niño atípico

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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MartinStr/PixaBay
MartinStr/PixaBay

Cientistas norte-americanos apontam para a descoberta de uma bolha de água quente no Oceano Pacífico, capaz de afetar o comportamento do El Niño de forma inesperada. É como se uma parte das águas virasse uma piscina aquecida, que afeta a ocorrência das chuvas e tempestades na região.

Esta bolha de água quente está perto da Linha Internacional de Data — uma linha imaginária que atravessa o Oceano Pacífico e é usada para padronizar a contagem do tempo. É o que afirma Paul Roundy, professor de ciências atmosféricas na University at Albany, para o jornal The Washington Post.

Resposta do El Niño

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Embora as temperaturas do oceano sugiram a ocorrência de um El Niño bastante forte, a resposta atmosférica no Pacífico Central e Oriental não se parece em nada com outros anos marcados por um intenso El Niño, explica Todd Crawford, meteorologista da empresa Atmospheric G2, nas redes sociais.

Para justificar esse comportamento anormal, Crawford apresenta dados sobre a resposta atmosférica no mês de outubro durante os anos de 1982, 1997, 2015 e 2023 — todos marcados por um El Niño intenso. Esses mapas foram gerados pelos Centro Nacional de Previsão Ambiental (NCEP) e pelo Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), ambos dos EUA.

Neste ano, a situação parece bem menos concentrada, quando se analisa a velocidade potencial dos ventos. “Você não precisa compreender completamente qual é o potencial de velocidade para ver que o fenômeno em 2023 tem um sinal muito mais fraco e difuso no Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental do que em outras vezes”, pontua Crawford.

“Os fenômenos anteriores foram caracterizados por um forte movimento ascendente (azuis/roxos) a leste da Linha Internacional de Data, enquanto o fenômeno atual é caracterizado por um movimento ascendente mais fraco próximo a esta linha”, complementa.

Possíveis explicações

Entre as possíveis explicações, está o fato de que a bolha de água quente favorece a formação de precipitações e tempestades no oceano, impedindo a dispersão do ar mais quente típico do El Niño. As mudanças climáticas também podem ter algum papel nessa equação. No entanto, é preciso acompanhar melhor os desdobramentos da situação.

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Apesar do comportamento diferente, o último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) reforçou que há 62% de chances do El Niño se prolongar até os meses de abril e junho de 2024, com o pico estimado entre novembro e janeiro.

Fonte: The Washington Post e NOAA