Árvores gigantes descobertas na Tanzânia podem viver por 3 mil anos
Por Nathan Vieira |

Na última quinta-feira (20), cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie de árvore nas florestas tropicais das Montanhas Udzungwa, na Tanzânia. Batizadas de Tessmannia princeps, essas árvores gigantes podem viver até 3 mil anos e se destacam pelo método peculiar de dispersão de sementes.
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Apesar do tamanho impressionante, com altura entre 35 e 40 metros e um tronco que pode chegar a 2,7 metros de diâmetro, a Tessmannia princeps permaneceu desconhecida da ciência até então.
A espécie foi identificada por uma equipe de pesquisadores durante expedições na região, e seu nome específico, princeps, significa "o mais eminente" em latim, uma referência ao fato de que ela se sobressai na floresta.
Além de seu porte monumental, a árvore surpreende pela sua longevidade. Ao analisar um tronco caído, os cientistas contaram entre 12 e 15 anéis de crescimento em apenas um centímetro de madeira, o que indica um crescimento extremamente lento, bem próximo da árvore mais antiga do mundo.
Um futuro incerto para a nova espécie
Apesar da empolgação com a descoberta, a sobrevivência da Tessmannia princeps pode estar ameaçada. Os pesquisadores encontraram apenas cerca de 100 exemplares maduros da espécie, todos concentrados em uma área restrita.
Isso faz com que a árvore seja classificada como "vulnerável" na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
A árvore depende de um projeto de restauração florestal que protege o seu habitat. Se esse projeto for descontinuado, a espécie pode ser reclassificada como "criticamente ameaçada" devido ao risco iminente de perda de habitat.
Dispersão de sementes
Outro aspecto curioso da Tessmannia princeps é a maneira como espalha suas sementes. Diferente de muitas árvores que dependem do vento ou de animais para dispersar suas sementes, essa espécie utiliza um método chamado deiscência explosiva. Suas vagens liberam as sementes de forma abrupta, lançando-as a distâncias consideráveis.
A descoberta dessas árvores gigantes lembra a ciência de que ainda há muito a ser explorado e compreendido sobre a biodiversidade do planeta. O estudo foi publicado na Phytotaxa.
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