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Estudo descobre árvore com grande capacidade de armazenar carbono

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Dinkum/Wikimedia Commons/CC0 1.0
Dinkum/Wikimedia Commons/CC0 1.0

Algumas árvores armazenam mais dióxido de carbono enquanto crescem do que outras, comprimindo o carbono nas estruturas que compõem o tronco (madeira). Segundo pesquisadores da Universidade Jaguelônica (Polônia) e da Universidade de Cambridge (Reino Unido), as espécies do gênero Liriodendron são altamente eficientes nesse processo que pode ajudar no combate ao aquecimento global.

“As espécies do gênero Liriodendron são excepcionalmente eficientes em capturar [carbono]”, afirmam os autores do recente estudo, publicado na revista revista New Phytologist.

Para chegar a essas conclusões, eles comparam diferentes tipos de estruturas de árvores, que estavam vivas, incluindo espécies de madeiras macias ou duras. Neste processo, foi usado um microscópio eletrônico de varredura (cryo-SEM).

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Árvores especialistas em capturar carbono

Sobreviventes do antigo gênero Liriodendron, as espécies tulipeiro (Liriodendron tulipifera) e tulipeiro-chinês (Liriodendron chinense) foram consideradas como bons “armazéns” de carbono durante o crescimento. 

O tulipeiro é nativo da América do Norte, já o tulipeiro-chinês é originário do Sul da China e do Vietnã. Ambas podem ultrapassar os 40 m de altura e têm flores (o que as tornam atrativas para o paisagismo).

Estrutura interna das árvores do gênero Liriodendron 

“As espécies são conhecidas por serem excepcionalmente eficientes em reter carbono, e sua estrutura macrofibrilar ampliada pode ser uma adaptação desenvolvida para ajudá-las a capturar e armazenar mais prontamente maiores quantidades de carbono”, sugere Jan Łyczakowski, cientista polonnês e autor do estudo, em nota.

Para entender, a ampliação microscópica permitiu que a equipe visualizasse a parede vegetal secundária desse gênero de árvores. Essa parede é composta por macrofibrilas de tamanho intermediário, o que é significativamente diferente da estrutura da madeira macia ou dura. A especificidade está relacionada com a habilidade em absorver carbono.

Possível origem dessa capacidade nos tulipeiros

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Conforme explica o pesquisador Łyczakowski, as árvores do gênero Liriodendron divergiram de outros grupos há cerca de 30 a 50 milhões de anos. Esse período coincidiu com uma rápida diminuição dos níveis de carbono na atmosfera, onde podem ter surgido novas características como parte da evolução. “Isso pode ajudar a explicar o porquê dos tulipeiros serem altamente eficazes no armazenamento de carbono”, pontua.

Combate às mudanças climáticas

Com a grande capacidade de armazenar carbono (como um “dreno de carbono”), os pesquisadores sugerem que esse gênero de árvore pode ser útil em áreas verdes que buscam conter os efeitos das mudanças climáticas, como os altos níveis de poluentes na atmosfera.

“Alguns países do leste asiático já estão usando  plantações de Liriodendron  para reter carbono de forma eficiente, e agora achamos que isso pode estar relacionado à sua nova estrutura de madeira”, completa Łyczakowski.

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Fonte: New Phytologist, Universidade de Cambridge