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Amásia: como será formado o próximo supercontinente da Terra?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 03 de Outubro de 2022 às 16h48

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Fama Clamosa/CC-BY-S.A-4.0
Fama Clamosa/CC-BY-S.A-4.0

Toda criança já teve aquela grande epifania de olhar o contorno dos continentes e pensar: "ei, as costas se encaixam — eles já foram juntos em algum momento!", ou que poderiam se juntar um dia, só para descobrir que, sim, isso é bem conhecido da ciência. O mais famoso dos antigos supercontinentes é, provavelmente, a Pangeia, mas e o próximo supercontinente? Pois saiba que ele já tem nome: Amásia.

Nos últimos 2 bilhões de anos, observamos que os movimentos continentais juntaram e separaram as massas terrestres do planeta a cada 600 milhões de anos, em média. O que não sabíamos, até o estudo mais recente, era como a próxima junção se daria: as Américas se juntariam à Ásia, indo para oeste, ou se recombinariam com África e Europa, ao leste? A resposta, agora, é oeste.

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Como os continentes se movem?

Quando os agrupamentos continentais ocorrem, eles acabam cercados por um grande oceano. Com a Pangeia, ele era chamado de Pantalassa. Há, também, chances de mares internos surgirem, cercados pelas porções de terra que se juntam: o Oceano Atlântico e o Índico são restos que já foi um desses oceanos interiores, e o Pacífico é o que restou da Pantalassa.

A formação dos supercontinentes está ligada aos mares internos ou externos, quando fecham um ou outro. O estudo do paleogeógrafo Zheng-Xiang Li, publicado na revista científica National Science Review, sugere que, na conjuntura atual, somente o oceano externo pode se fechar, o que torna o desaparecimento do Pacífico inevitável. Dando suporte à hipótese, está o crescimento acelerado do oceano Atlântico, enquanto o Pacífico já mostra estar diminuindo.

Segundo estimativas, serão 280 milhões de anos até a Amásia se formar. Em ocasiões anteriores, os continentes até revertiam o processo, indo e voltando como um acordeon. Segundo Li, isso não é mais possível, já que os movimentos continentais dependem da força da crosta oceânica entre eles: a direção só pode ser mudada quanto a crosta é forte.

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À medida que o manto esfriou, a crosta oceânica no topo foi ficando mais fina e fraca. Descobriu-se que, há 540 milhões de anos, a temperatura da Terra baixou o suficiente para que a crosta ficasse fraca, o bastante para impossibilitar a reversão de direções continentais. A única saída se tornou a movimentação pelo oceano externo.

Como será a Amásia, o próximo supercontinente?

Além da viagem americana para o oeste, a Austrália deve ir para o norte, colidindo com a Indonésia em direção ao sul do Pacífico. Já a movimentação da Antártida é incerta, mas pode ser que o continente polar acabe subindo também, numa zona que parece já estar se formando na direção da Nova Zelândia.

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Embora previsões anteriores tenham projetado uma subida da Amásia até o Polo Norte, Li acredita que a latitude dos continentes não irá mudar, deixando a Terra um pouco menos hospitaleira.

No futuro, o nível do mar será menor, e o interior do supercontinente se tornaria árido, com temperaturas diárias muito altas. No passado, uma zona continental central quente já fez com que algumas espécies de dinossauro e outros animais antigos só estivessem presentes em regiões mais habitáveis, no norte e sul mais frios. Até a formação da Amásia, talvez seja bom pensar em se mudar, não é?

Fonte: Curtin University, National Science Review