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Acelerado derretimento de geleiras na Patagônia tem elevado a crosta terrestre

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Unsplash/Miriam Duran
Unsplash/Miriam Duran

As geleiras que cobrem a Patagônia estão derretendo mais rapidamente do que em qualquer outro lugar do mundo, segundo estudo liderado pela Washington University. Além disso, o estudo descobriu que, à medida que a crosta terrestre perde o peso do gelo, ela se eleva e ergue a região que vai do Chile à Argentina.

O novo estudou descobriu uma lacuna nas placas tectônicas da região que começou a se formar há 18 milhões de anos. Agora que as geleiras acima dessa falha estão derretendo rapidamente, a região da Patagônia está sendo elevada na mesma rapidez.

O vídeo abaixo mostra a evolução do derretimento das geleiras na Patagônia, com imagens registradas por satélites:

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Conforme as geleiras derretem, a crosta terrestre abaixo delas fica menos pesada e sobe. Esse fenômeno é conhecido como ajuste isostático glacial, um processo observado apenas ao longo de milhares de anos.

Além disso, o derretimento da geleira na Patagônia, em si, sinaliza também o aumento do nível do mar. Segundo as análises da equipe, a porção de terra da região tem se elevado a 4 centímetros por ano. Pode parecer pouca coisa, mas, em escala continental, é uma mudança extrema.

Analisando a crosta terrestre

Para o estudo, os pesquisadores coletaram, ao longo de 10 meses, dados sísmicos por toda a Patagônia, que se estende da Cordilheira dos Andes (no sul do Chile) até a Argentina. As medições foram combinadas com informações de outras estações locais.

A análise revelou que a lacuna entre as placas tectônicas, localizada a quase 100 km abaixo da Patagônia, permitiu que um manto mais quente e menos viscoso fluísse sob o continente. Essa dinâmica, somada ao derretimento do gelo, pode acelerar a elevação da região.

A pesquisa também descobriu que a parte mais quente e menos viscosa do manto estava próxima à falha. Isso indica que a dinâmica que deu origem à abertura se intensificou ao longo do tempo, ou que a placa continental no sul foi menos afetada do que a placa norte.

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A equipe acredita que compreender a maneira como essas massas de terra se movimentam — ainda mais quando associadas ao derretimento do gelo — ajudará a melhorar as previsões do aumento do nível do mar à medida que geleiras derretem a um ritmo cada vez mais veloz.

A pesquisa foi apresentada no periódico científico Geophysical Research Letters.

Fonte: Geophysical Research Letters, Via ScienceAlert