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A geografia como você nunca viu: conheça o encanto dos mapas de Robert Szucs

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Dezembro de 2023 às 10h00

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Robert Szucs/www.grasshoppergeography.com
Robert Szucs/www.grasshoppergeography.com

Mapas. Reimaginados. É assim que o cartógrafo húngaro Robert Szucs define seu trabalho com mapas, tornando-os vibrantes e artísticos sem perder a ciência de vista. É fácil, ao olhar para as obras, pensar: a geografia pode ser tão bonita assim? Para o fundador da Grasshopper Geography, trazer a beleza nas representações da natureza vista de cima não é uma questão de poder, mas sim de dever.

Para descobrir mais sobre a arte de fazer mapas, o Canaltech conversou com Szucs, que revelou suas inspirações e novos projetos. Após terminar um mestrado em geografia e sistema de informação geográfica (GIS), ele começou a trabalhar com mapas na cartografia digital tradicional, logo sentindo o tédio dos escritórios e dos mapas sem-graça de sempre.

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Robert conta que fabricar mapas coloridos foi, na verdade, um escape para exercitar a criatividade no tempo livre, praticando as habilidades com cartografia e usando a ciência de formas inovadoras. Foi só ao mostrar suas obras à internet — começando com a hidrografia, ou rios — que ele percebeu ter criado arte: “após algumas semanas de pessoas me dizendo que pensavam nos mapas como arte, comecei a aceitar a ideia”, comentou.

Apesar de serem um projeto artístico pessoal desde o início, o húngaro não pensava nos mapas como arte, mas abraçou a ideia e foi para mapas de elevação, população e bacias de drenagem oceânica, valorizando as cores, mas também a simplicidade.

Mapas intuitivos e coloridos

Mapas hidrográficos costumam representar os rios apenas como linhas azuis em um fundo branco ou com cores muito neutras, o que incomodava Robert. Foi então que, usando o software de código aberto QGIS e dados da Agência Ambiental Europeia e da Rede de Sistema de Rios, ele começou a preencher as representações cartográficas com cores fluorescentes e vibrantes, destacadas sobre um fundo preto.

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Como o húngaro processa os mapas é um segredo, mas o resultado é bem claro — um mapa chamativo, visualmente impactante e, acima de tudo, extremamente intuitivo. Apesar de toda cor, o cartógrafo prefere o minimalismo, então optou por não incluir legendas nos mapas (apenas na drenagem oceânica, para evitar confusões), já que os considera mais arte do que ciência e quer que falem por si.

Robert revela que isso é algo que ele sempre quis: que entendamos instantaneamente o que é mostrado, sem qualquer auxílio. Nos mapas de altitude, isso é particularmente claro, com o vermelho saltando aos olhos e mostrando onde estão as montanhas.

A criatividade e a beleza são os pontos-chave da obra artística, o que fica claro nos trabalhos seguintes. Para os mapas populacionais, foram escolhidas cores que remetem às constelações e nebulosas que vemos nos céus, como se cidades e seus humanos fossem estrelas. Ou luzes acesas.

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Nos mapas de vegetação, o verde vibrante chama a atenção, num contraste bem diferente do que costumamos ver nesse tipo de representação. Segundo o artista, é o tipo de mapa que mais gera discussões após o hidrográfico. Com o destaque que a Amazônia tem, brilhando mais do que o restante, é fácil saber por quê.

Inspirações e mapas futuros

Para além de um escape e vontade de externar sua criatividade, perguntamos ao geógrafo o que inspirou a produção de seus mapas. De acordo com ele, o trabalho voluntário com ONGs de todo o mundo foi essencial, já que pôde viver no meio da natureza e beber das ideias que o mundo natural traz.

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Sua representação das florestas, por exemplo, nasceu de seu tempo com orangotangos em um centro de reabilitação em Bornéu, onde teve contato com florestas úmidas (ombrófilas). Ele já foi voluntário em sete países, em quatro continentes diferentes. Essa inspiração continua, e Szucs comenta ter planos para representar correntes oceânicas e geleiras a partir de ideias vindas de seu voluntariado.

Perguntamos, inclusive, sobre os mapas que ainda estão por vir. O artista húngaro nos contou estar quase terminando um trabalho sobre lagos, colorido como sempre, antes de passar para as próximas inspirações.

Demos a sugestão de fazer mapas do planeta pré-histórico, e Szucs demonstrou a vontade de representar a Pangeia — para isso, no entanto, ele precisa de boas simulações de como era a elevação e as montanhas desse tempo imemorial. Para tal, ele pede dicas aos leitores que conheçam do assunto: caso você saiba, não hesite em contatá-lo!

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Fonte: Grasshopper Geography