Este é o mapa plano mais preciso que representa a Terra com menos distorções
Por Danielle Cassita | 21 de Fevereiro de 2021 às 13h00
Os cartógrafos vêm se esforçando há séculos para buscar formas de representar nosso planeta em duas dimensões, mas sem mostrar grandes distorções em relação à realidade. Agora, um trio de pesquisadores criou um mapa que mostra nosso planeta de forma circular e tão achatado quanto um disco, que permite visualizarmos a Terra de forma menos distorcida em suas duas faces.
- Veja como seria a Terra se observada por um alienígena em um mundo distante
- Entenda por que uma excursão à Antártida não provará que a Terra é plana
- A Terra está girando mais rápido, mas o ano não vai "passar voando"; entenda
A distorção é o maior desafio dos mapas: a famosa projeção de Mercator, muito utilizada no ambiente escolar, representa bem as formas dos continentes, mas ela distorce bastante as áreas próximas aos polos: “um mapa que é bom para uma coisa pode não ser tanto para representar outras”, explica J. Richard Gott, astrofísico que criou a nova representação junto do matemático Robert Vanderbrei e do físico David Goldberg. Assim, eles trabalharam em um mapa radicalmente diferente, plano como um disco de vinil e com duas faces.
Confira como este mapa representa a Terra:
Apesar de esta parecer uma construção óbvia, ela resolve os problemas de transformar o globo terrestre em uma representação bidimensional sem perder a facilidade de armazenamento e produção, que são típicas dos planisférios. Gott teve esta ideia após trabalhar com poliedros, figuras geométricas com várias faces, e começou a desenvolver projeções com formas regulares e coladas face a face, até que chegou neste formato. O mapa permite tanto mostrar o Ocidente e o Oriente em suas faces quanto os hemisférios Sul e Norte — e, aqui, há a vantagem de o equador ficar bem no limite do mapa.
Para os pesquisadores, este é o mapa plano mais preciso já feito para representar a Terra: “nenhum mapa que mostre a esfera achatada vai ser perfeito, mas o nosso funciona melhor que os anteriores por diminuir os erros nas formas locais, áreas, inclinações, distâncias e desenho das fronteiras”, explica Gott. “Para ver o globo todo, você precisa girá-lo; para ver todo o nosso novo mapa, você só precisa virá-lo”, completa.
De acordo com eles, as distâncias entre os oceanos e os polos são fáceis de medir neste mapa, e essa pode ser uma ferramenta útil para o ensino: “uma caixa fina poderia guardar mapas planos frente e verso com todos os planetas e luas do Sistema Solar, ou até dados físicos da Terra, fronteiras políticas, idiomas, entre outro”, diz Gott. Vale lembrar que, mesmo com as melhorias apresentadas por eles, o mapa em disco ainda apresenta algumas distorções.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório online arXiv, e ainda não passou pela revisão de pares.
Fonte: Princeton, ScienceAlert