2021 foi marcado por recordes de temperaturas extremas em todo mundo
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 07 de Janeiro de 2022 às 13h00
O ano de 2021 foi marcado por uma série de recordes de calor registrados em mais de 400 estações meteorológicas no mundo. A informação vem do climatologista Maximiliano Herrera, que há mais de três décadas reúne os registros meteorológicos disponíveis.
- Julho de 2021 foi o mês mais quente já registrado nos últimos 142 anos
- Em um único dia, a Groenlândia perdeu gelo suficiente para cobrir toda a Flórida
Anualmente, Herrera os registros das condições climáticas extremas relacionadas ao ano anterior. Para ele e outros cientistas climáticos que acompanham essa questão bem de perto, 2021 não será o ano mais quente da história, mas provavelmente estará entre os cinco ou seis nesta lista.
Embora preocupante, os recordes não pegam ninguém de surpresa, pois é uma tendência já prevista por muitas pesquisas. O “novo normal” são recordes atrás de recordes. Em todo o mundo, dez países, incluindo os EUA e a Turquia, quebraram ou empataram seus recordes nacionais mais altos.
Além disso, 107 países quebraram recordes mensais de máximas e cinco registraram as temperaturas mais baixas. A África teve os meses de junho e setembro mais quentes; na Europa, a Itália registrou a maior temperatura, de 48,8 °C; já os EUA tiveram a maior de todas, 54,4 °C, registrada no Vale da Morte, Califórnia.
Impactos no mundo
No Quênia, a meteorologista Patricia Nying'uro, cofundadora da Climate Without Borders, disse que as duas últimas estações de chuva fracassadas incomuns forçaram o governo a se organizar para uma ajuda alimentar no país, depois de muitos anos sem este cenário.
Para o meteorologista Scott Duncan, que reúne os dados do clima global, a Europa viveu um misto de recordes. Em março as ondas de calor no Mediterrâneo foram acompanhadas por incêndios florestais. Já em abril, a França atravessou uma onda de frio extremo, além de enchentes em julho.
Também segundo a Administração Meteorológica da China, 2021 foi o ano mais quente de todos os tempos. No entanto, foi a chuva quem mais castigou o país: em três dias, a província de Henan recebeu uma quantidade de precipitação esperada para um ano. Infelizmente, muitas pessoas morreram e tiveram suas casas destruídas.
Já em fevereiro de 2021, o estado norte-americano do Texas viveu uma onda de frio sem precedentes, que provocou morte de quase 200 pessoas — a maioria, em decorrência de hipotermia —, além de milhares que ficaram sem energia e a grande perda econômica devido ao impacto na produção agrícola do estado.
Sem dúvidas, foram muitos os recordes quebrados no ano passado, mas Herrera destaca a onda de calor extremo nos EUA como um dos pontos mais perturbadores para os cientistas climáticos. Ele disse que o evento superou qualquer observação de uma vida de pesquisas baseada na história do clima moderno nos últimos dois séculos.
Fonte: Via The Guardian