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Linux já pode rodar em PCs com processador Apple M1, mas com um porém

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Distribuições Linux já podem ser rodadas direto em computadores com processador Apple M1, anunciaram os desenvolvedores do time Asahi Linux nessa quarta-feira (6). Há meses em desenvolvimento, a implementação do Sistema do Pinguim no chip proprietário da Maçã já está bem avançada e consegue cumprir “tarefas básicas”, embora tenha pendências importantes para resolver antes de ser liberada para o público geral.

O projeto já conseguiu viabilizar a comunicação de distribuições Linux com os componentes da máquina — PCIe, USB-C, gerenciador de energia e controle de display, por exemplo —, e consegue entregar uma experiência “semelhante a um desktop Linux básico”, relata o anúncio do Asahi Linux. Contudo, o que está faltando é o suporte a aceleração por hardware da GPU.

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Segundo o líder da equipe de desenvolvimento Hector Martin, a ausência do recurso não é um impeditivo tão grande para a implementação atual. “Embora não tenha suporte para aceleração por GPU ainda, as CPUs M1 são tão poderosas que o desktop renderizado por software é mais rápido nelas”, comentou. Porém, o maior impacto estaria em aplicações que dependem da aceleração de hardware para funcionar, já que não poderiam contar com a funcionalidade.

O que dificulta o uso da GPU?

Em quesito de hardware e software, a Apple não colabora nem um pouco com iniciativas de código aberto, portanto o trabalho do time Asahi Linux já começa desafiador: eles precisam entender como o sistema se comunica com o hardware e, a partir daí, implementar uma solução própria baseada no Linux.

Compreender melhor o Apple M1 já foi uma missão, e a GPU é outra grande questão a parte: assim como a CPU, a placa gráfica também é construída com tecnologias proprietárias muito bem guardadas. Para funcionar da forma que deveria, os devs precisam primeiro compreender a ação do componente, depois projetar um novo driver para ele totalmente do zero — já que a Maçã não está interessada em abrir espaço para o Sistema Livre em seus próprios dispositivos.

Dá para matar a curiosidade

Pelo menos, o estado atual do projeto já permite que os curiosos experimentem como é rodar Linux direto no hardware da Apple. “Esperamos que isso permita s quem deseja estar na vanguarda ter um gostinho de como é rodar o Linux nessas máquinas — e, para alguns, que a condição atual seja suficiente para produtividade”, pontuou Martin.

Atualmente, somente membros da comunidade do Asahi Linux têm acesso à implementação do sistema no Apple M1. A distro não tem nem instalador preparado ainda, então até o processo de instalação é trabalhoso. “Assim que tivermos uma fundação estável no Kernel, começaremos a publicar um instalador ‘oficial’ para aumentar o alcance do sistema”, disse o líder da equipe.

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A evolução se dá principalmente pela introdução do suporte ao CPU da Maçã no Kernel Linux 5.13, também fruto da colaboração do time Asahi Linux. Em abril deste ano, o grupo solicitou a inclusão do suporte ao Apple M1 no componente do sistema operacional.

A finalidade do projeto é, de fato, abrir espaço para a comunidade Linux explorar as possibilidades com o Apple M1, um processador ARM de altíssima performance projetado pela Apple, mas é na pesquisa que o Asahi Linux se destaca. A partir dessas descobertas, a comunidade pode entender melhor o que faz o componente ser tão especial, além de criar uma base para criar mais implementações em futuros componentes proprietários da empresa de Cupertino.

Fonte: The Register