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Linux está cada vez mais próximo de ser compatível com os novos chips Apple M1

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 09 de Abril de 2021 às 16h22

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FreeCliparts/Pixabay
FreeCliparts/Pixabay

Um projeto de desenvolvedores independentes que tenta levar o Linux para as máquinas com processador Apple M1 anunciou grandes avanços nesta semana. A primeira compatibilidade de computadores da Maçã com o sistema operacional pode vir já na próxima atualização do kernel Linux, graças aos esforços da iniciativa Asahi Linux.

A luz no horizonte estaria na versão 5.13 do kernel de código aberto. Tal conquista só foi possível graças a Hector Martin, autor do Asahi Linux, que enviou a solicitação aos desenvolvedores do kernel e aguarda aprovação para que o suporte ao componente ARM proprietário da Apple seja incluído na lista de compatibilidades na raiz do sistema operacional livre.

O programador divulgou a novidade a partir do seu perfil pessoal e da página oficial do projeto no Twitter. Ele espera que o suporte seja adicionado já na próxima atualização, mas Linus Torvalds, criador do Linux, pode vetar o suporte.

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Por enquanto, o foco de Hector Martin está em volta do Mac Mini equipado com M1, contudo, ele cria atalhos para adaptações destinadas aos demais modelos. Para isso, foi necessário desenvolver um bootloader customizado (batizado de m1n1), processo extremamente complexo num sistema tão fechado como o chipset da Apple.

O que isso significa?

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Garantir suporte entre o kernel do Linux e o silício da Apple é o primeiro estágio do que pode resultar na compatibilidade entre distribuições de código aberto e os novos e futuros aparelhos da Maçã. Assim, o SO ao menos reconhece o chipset da Apple como componente central do computador e abre espaço para avanços nesse sentido.

Entretanto, faltam meses (se não, anos) de desenvolvimento para que o Linux esteja em sua forma completa para o Apple M1. Atualmente, o suporte é para tarefas rudimentares e, embora seja um avanço significativo em pesquisa, não fará muita coisa além do básico para um sistema operacional.

A dificuldade no desenvolvimento no projeto Asahi Linux não está na arquitetura ARM, mas nas suas restrições. Por se tratar de uma plataforma cujo funcionamento está “guardado a sete chaves” pela Apple, retrabalhá-la exige um baita esforço. É necessário superar as barreiras integradas ao hardware com soluções alternativas, utilizando meios que a própria máquina dispõe — neste caso, o recurso Rosetta 2.

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Para quem não conhece, o Rosetta 2 é uma ferramenta nativa do macOS que "traduz" códigos de programas adaptados para arquiteturas x86 para ARM. Ela é necessária devido ao ineditismo da proposta do Apple M1, que pretende atender necessidades de um computador de uso geral, mas é encorpado com um chipset normalmente equipado em celulares.

A iniciativa Asahi Linux

Hector Martin trabalha com o projeto desde o começo de 2021, não só com o objetivo de estudar e documentar os avanços no Apple M1, mas também para levar o Linux para a plataforma. “Nosso objetivo não é só fazer o Linux rodar nessas máquinas, mas o polir o bastante para que sejo usado como o sistema operacional principal”, descreve em seu site oficial.

Para que continue, o projeto funciona com apoio no Patreon, um site de financiamento coletivo, e a plataforma de patrocinadores do GitHub, e m ambas conta com pouco mais de 1.300 apoiadores. Atualmente, a meta principal do programador é alcançar fundos necessários para tornar o projeto seu único trabalho. Para mais informações, acesse o site oficial do Asahi Linux.

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Fonte: Asahi Linux (1, 2)