Linux 5.17 chega com melhorias para o SteamDeck e drivers aprimorados
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 21 de Março de 2022 às 15h23
O Linux 5.17 foi lançado nesta segunda-feira (21) com atraso de uma semana e uma série de mudanças, melhorias e ajustes no desempenho para o kernel. Segundo o criador Linus Torvalds, a entrega atrasada foi proposital para corrigir problemas de segurança revelados recentemente.
Esse delay já era esperado após uma publicação de Torvalds, realizada no final de fevereiro de 2022. Após o lançamento da versão 5.17 rc1 foram encontrados muitas regressões (ferramentas que funcionam normalmente em kernels anteriores, mas não na atualização mais recente) no sistema, por isso foi necessário resolver uma por uma cada questão.
A principal novidade do kernel Linux 5.17 é o novo driver AMD P-State para hardwares compatíveis. Essa adição teria sido fruto de uma parceria com a Valve para aprimorar o sistema operacional do Steam Deck. A ideia é oferecer melhor eficiência energética do que o driver ACPI CPUFreq padrão, afinal a duração da bateria é algo fundamental para um dispositivo portátil.
Drivers e ajustes do Linux 5.17
Houve também o suporte dezenas de processadores da próxima geração da AMD e da Intel, além de ajustes para melhorar a compatibilidade com as placas gráficas Alchemist. Com isso, o "novo" Linux já nasce pronto para rodar perfeitamente em computadores topos de linha.
Ainda sobre a Intel, o novo driver da empresa que promete garantir o funcionamento instantâneo de dispositivos está incluso. A Intel trabalhou no PFRUT para integrá-lo como parte da especificação ACPI e permitir que os componentes do firmware da plataforma sejam atualizados dinamicamente sem a necessidade de reiniciar o sistema.
O Linux 5.17 é compatível com várias placas-mãe da ASUS, que ganharam suporte de sensor de hardware funcional. Foi incluído ainda um novo driver de monitoramento de hardware para dispositivos da NZXT e suporte a vários teclados Apple Magic de 2021, inclusive os modelos com teclado número e leitor de impressão digital.
Um driver x86 Android Tablet reconstruído fornecerá soluções práticas para dispositivos antigos inicializem kernels Linux mais recentes. Isso será estendido a distros construídas com a versão 5.17, portanto deve possibilitar que usuários com aparelhos defasados agora possam rodar sistemas novos.
Suporte universal à caneta e ajustes no sistema de arquivos
Introduzido nesta versão, o suporte à Universal Stylus Initiative (USI) abre possibilidades para quem usa canetas stylus em telas de toque. O esforço dos desenvolvedores permitiu criar uma especificação comum para todos os dispositivos de entrada deste tipo, independentemente do fornecedor.
Os sistemas de arquivos foram alvo de melhorias em quase todas as versões anteriores do kernel Linux, e agora não é diferente. As montagens do sistema de arquivos mapeado por ID podem ser feitas nos principais formatos compatíveis com a tecnologia de identificação.
Também foram feitos ajustes no BTRFS e EXT4 para aumento de desempenho. No primeiro caso, houve a redução pela metade na quantidade de metadados registrados quando há copia de chaves de índice. Já no segundo, uma nova API de montagem e o suporte para rótulos get/set fs tornam a experiência superior.
Confira algumas outras mudanças no Linux 5.17:
- Suporte ARM64 ao kernel concurrency sanitizer (KCSAN);
- Suporte Intel AMX para virtualização kVM;
- O driver de host virtual Xen USB repassa o suporte USB aos Xen guests;
As distribuições de lançamento contínuo provavelmente empacotarão e lançarão esse kernel como uma atualização nas próximas semanas. Já as que costumam ser suas versões fixadas em cronograma próprio, como o Ubuntu, não devem fazer a liberação de imediato.
De qualquer forma, quem quiser poderá migrar manualmente para o novo Linux, desde que tenha ciência de que o update pode causar falhas em distros não ajustadas. Para usuários regulares, o melhor é aguardar os desenvolvedores trabalharem para incorporar as melhorias no seu software favorito.
Fonte: LKML.org