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Herdeiro da Samsung anuncia fim de sucessão familiar na companhia

Por| 06 de Maio de 2020 às 10h33

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O herdeiro da Samsung e antigo membro da diretoria da companhia, Lee Jae-yong, se comprometeu nesta quarta-feira (6) a não passar a gerência da empresa a seus filhos, encerrando uma linhagem familiar que existia há três gerações e vinha desde a fundação da companhia, em 1938. A mudança foi anunciada em uma conferência online, na qual o antigo executivo da marca também pediu desculpas pelos recentes escândalos em que esteve envolvido.

O pronunciamento teria sido realizado a pedido do time jurídico da própria Samsung, que considera o legado dos Lee na companhia como cada dia mais insustentável. Ele não apenas esteve envolvido nas denúncias de tráfico de influência envolvendo a antiga presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, como também teria parte nas tentativas de outros diretores da companhia em sabotar convenções do sindicato dos trabalhadores da marca.

Ainda, está em andamento na justiça sul-coreana um processo no qual Lee e outros executivos de alto escalão da Samsung são acusados de subornar acionistas, membros da diretoria e políticos para garantir a continuidade da sucessão familiar na gerência da empresa. Valores na casa de US$ 8 bilhões, em dinheiro da própria companhia, teriam sido usados em tais negociações.

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Em sua fala, Lee afirmou que seria irresponsável de sua parte passar o comando da Samsung aos filhos sendo que ele próprio não foi capaz de provar ser um bom líder diante de momentos economicamente difíceis. O executivo deixou claro que não tolerará novas ilegalidades na direção da companhia, mas não falou sobre os novos rumos do time gerencial nem deu detalhes sobre membros da diretoria ou mudanças a serem feitas nas próximas semanas ou meses. Por outro lado, ele indicou o desejo de montar uma equipe plural, com diferentes expertises, nacionalidades e gêneros.

Lee também pediu desculpas pelo seu envolvimento nos escândalos citados, afirmando que a Samsung cumprirá com rigor todas as normas trabalhistas e trabalhará para firmar uma política saudável com relação a seus colaboradores. Ele também disse ter votado no conselho para que a velha política de que a Samsung não tem sindicatos próprios chegasse ao fim, outra norma que existia há mais de 50 anos, desde os tempos de seu avô.

De forma a garantir que tudo corra bem, o ex-diretor da Samsung afirmou que o comitê de monitoramento e compliance da empresa, formado após ordem judicial relacionada ao escândalo trabalhista, continuará a atuar de forma independente mesmo com o fim dos trâmites judiciais relacionados a seu caso. Segundo Lee, a ideia é que a adequação às normas passe a fazer parte da cultura da companhia, de forma, também, a evitar novos problemas judiciais e garantir o bem-estar geral da empresa.

Essa foi a primeira aparição pública de Lee desde 2015, quando ele também realizou uma conferência para pedir desculpas por erros de conduta em um centro médico da Samsung ligados ao tratamento da MERS, também conhecida como Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Cerca de um ano depois veio o escândalo que o colocaria novamente no centro das atenções e acabaria o levando à prisão, quando a então presidente Park sofreu um processo de impeachment por extorsão empresarial e tráfico de influência.

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A primeira mulher a ser eleita para o cargo maior da Coreia do Sul foi destituída após a descoberta de um esquema em que a líder xamanista Coi Soon-Sil recebia informações privilegiadas e teria influência sobre decisões governamentais tomadas em benefício próprio e de parceiros. Ela seria a responsável por estabelecer relações com grandes executivos, incluindo o próprio Lee e outros figurões da Samsung, que também acabaram presos, e chegava até mesmo a redigir discursos a serem lidos à nação pela presidenta.

Lee foi solto em fevereiro de 2018 após ter sua pena reduzida pela metade, para dois anos e meio de prisão. Após um acordo, entretanto, ele passará quatro anos em liberdade condicional, um benefício concedido, justamente, pelos esforços em reduzir a relação escusa da Samsung com o governo e das iniciativas de adequação em andamento na empresa. Outros executivos da companhia continuam presos.

Fonte: Korea Herald