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Herdeiro da Samsung deixa prisão após um ano

Por| 05 de Fevereiro de 2018 às 09h54

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Wall Street Journal
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Após pouco menos de um ano na prisão, o herdeiro da Samsung e antigo membro do quadro de diretores da companhia, Lee Jae-yong, foi libertado nesta segunda-feira (05). Ele recebeu parecer favorável de uma corte de Seul, capital da Coreia do Sul, e viu sua sentença por crimes como suborno e tráfico de influência ser reduzida pela metade, para dois anos e meio.

Sua libertação, aliás, é decorrente da mesma apelação. Ele foi preso em 5 de fevereiro de 2017 e agora teve sua pena suspensa. Ele passará quatro anos em liberdade condicional, em uma decisão que teria impressionado até mesmo sua própria defesa devido ao momento político do país, que deseja passar reformas, justamente, para reduzir o poder e a influência das grandes corporações sobre o governo.

Foi justamente em um escândalo desse tipo que Lee e alguns executivos de alto escalão da Samsung foram presos e indiciados entre o final de 2016 e o início do ano passado. Todos estavam envolvidos em um escândalo protagonizado pela presidente Park Geun-hye, a primeira mulher a ser eleita para o principal cargo do país.

No centro de um escândalo digno de cinema, a presidente se viu deposta depois de revelações de que compartilhava documentos, decisões e até mesmo o próprio controle do país com Coi Soon-Sil, filha de um líder xamanista sul-coreano. Ela estaria por trás de muitas decisões políticas e medidas do governo de Park, mesmo sem estar diretamente ligada a ele, tendo acesso a documentos secretos, redigindo discursos e estabelecendo relações com grandes executivos e poderosos do país, o que incluiu, aqui, gente grande da Samsung.

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Diante da gravidade das acusações, até mesmo os advogados de Lee estavam pouco confiantes no sucesso dos recursos e apelações movidos na justiça. A notícia de que seria libertado teria soado como uma surpresa para o executivo, além de já ser fruto de críticas no noticiário local, com muitos analistas políticos questionando a extensão das reformas políticas quando um de seus principais envolvidos acaba sendo libertado de repente.

Ao sair do centro de detenção, na capital, Lee seguiu diretamente para o hospital onde seu pai, Lee Kun-hee, está internado desde 2014. Os dois também se encontram envolvidos em um segundo escândalo, que envolveria o sumiço de mais de US$ 8 bilhões das contas da Samsung, além da destruição de documentos e subornos a acionistas e políticos para garantir uma transição da empresa dentro da própria família.

A Samsung, entretanto, não se pronunciou oficialmente sobre a questão. Outros executivos da empresa permanecem presos com sentenças semelhantes à de Lee, e não há informações sobre um possível retorno dele à diretoria da companhia.

Fonte: Bloomberg