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Perguntados, Free Fire, Horizon Chase: como jogos assim ainda são tão relevantes

Por| Editado por Jones Oliveira | 03 de Julho de 2021 às 19h00

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Divulgação/Montagem/ Etermax/Garena/Aquiris Game Studio
Divulgação/Montagem/ Etermax/Garena/Aquiris Game Studio

Quando os smatphones começaram a se popularizar, era muito comum ouvir a frase “qual joguinho que tem?”. No geral, os primeiros jogos para celular eram muito básicos e tinham uma pegada arcade, com partidas breves para um entretenimento rápido.

Com o avanço das tecnologias e o surgimento de cada vez mais jogos, as desenvolvedoras tiveram de crescer e transformar seus títulos para manter os jogadores sempre presentes e interessados.

Atualmente, o setor de jogos para celular e outros dispositivos móveis é um dos principais da indústria brasileira de games. Seja por sua portabilidade ou acessibilidade, a plataforma é a favorita de 41,6% dos gamers, segundo a Pesquisa Game Brasil 2021. Desse total, 62,2% do público é composto por mulheres e 24,5% têm entre 20 e 25 anos.

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A consultoria especializada em aplicativos de dispositivos móveis App Annie revelou que os downloads no primeiro semestre de 2021 foram 30% maiores do que o quarto trimestre de 2019, totalizando mais de 1 bilhão de jogos baixados por semana em todo o mundo, combinando dados de Android e iOS. No mesmo período, os gamers mobile gastaram US$ 1,7 bilhão por semana em jogos para celular, um aumento de 40% no comparativo ano-a-ano.

Para entender mais sobre o processo de como um jogo para celular se mantém relevante entre seu público e atrai novos jogadores depois de tanto tempo, o Canaltech conversou com representantes de grandes sucessos mobile, como a Etermax, desenvolvedora de Perguntados; a Garena, de Free Fire; e a brasileira Aquiris, de Horizon Chase.

Como manter um jogo para celular em alta?

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Outras estatísticas levantadas pela PGB 21 mostram que 40,8% dos brasileiros jogam todos os dias no celular. O dado reforça o pensamento de que os fãs da plataforma são dedicados tanto quanto quem joga no PC e nos consoles.

As reações e pedidos do público nos jogos são alguns dos pontos de maior atenção das produtoras, mas também há outras técnicas usadas por cada uma. “Desenvolver algo que nossa base de fãs ache agradável é, para nós, uma arte que combina tecnologia e criatividade, dados e experimentação”, explica Ricardo Ocaña, Chefe de Produto do Perguntados na Etermax, em entrevista ao Canaltech.

O executivo detalha que na desenvolvedora eles usam “uma abordagem científica” que engloba diversos fatores: análise de tendências de mercado, ouvir a comunidade e entender o que eles mais gostam, fazer benchmark e analisar os próprios dados. Feito tudo isso, eles produzem “muitas ideias o mais rápido possível, para podermos levá-las aos nossos usuários para testá-las e descobrir como essas ideias podem funcionar depois de inclui-las em nosso jogo”, conta Ocaña.

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Já na Aquiris, o processo engloba tanto a vontade dos desenvolvedores quanto dos jogadores. “Temos um mix de desejos em relação ao produto, como, por exemplo, o desenvolvimento da pista de Porto Alegre, lançada em 2020, e também ouvir a comunidade no que é possível”, diz Sandro Manfredini, Diretor de Negócio e cofundador do estúdio.

Ele comenta que, no final de 2020, eles realizaram uma enquete sobre o que os jogadores queriam para Horizon Chase no futuro. “Acreditamos que vamos conseguir realizar a vontade de muitos deles ainda em 2021”, completa Manfredini.

No caso da Garena, eles contam com o Servidor Avançado de Free Fire. O “local” funciona como um espaço para que os jogadores possam testar recursos e futuras novidades para o game, mesmo os que nunca serão lançados.

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“Continuamos aprimorando nossos serviços para as comunidades locais apaixonadas, realizando pesquisas robustas de usuários e também temos equipes entusiasmadas em todo o mundo para criar ideias e conceitos”, comentou a Garena em resposta ao nosso questionamento sobre o processo de produção de conteúdo.

A desenvolvedora de Singapura complementou dizendo que muitos eventos e personagens são baseados em temas, como o mais recente Vengeace: “Para criar um personagem, primeiro escrevemos a história por trás dele, depois criamos a arte e os modelos e, finalmente, sua habilidade e mecânica”.

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Mudando de aba

Eventos sazonais e datas especiais, como a chegada do verão ou as festas de fim de ano, por exemplo, são datas que sempre são aproveitadas pelos criadores, mas não as únicas que trazem novidades.

“Períodos festivos são uma obrigação em nosso calendário de eventos, no entanto não dependemos inteiramente deles. Como oferecemos um jogo de perguntas e respostas, e o conteúdo é fundamental, podemos definir nossos próprios eventos especiais com base em uma ampla seleção de temas”, detalha o líder de Perguntados.

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Ele ainda revela que os envolvidos com o jogo podem organizar eventos em áreas como alimentação, ciência, séries de TV, bandeiras mundiais e até de emojis sempre que quiserem. “Trabalhamos duro para fornecer aos nossos jogadores conteúdo novo e diversificado constantemente, para que eles sempre encontrem algo interessante para fazer”, complementa.

Enquanto isso, Horizon Chase enfrenta alguns desafios com as atualizações, já que elas precisam chegar também ao Horizon Chase Turbo, de PC e consoles. “De forma genérica, isso depende de como o projeto está estruturado tecnicamente, do tempo necessário de desenvolvimento, que nem sempre é igual para todas as plataformas, mas também passa pela aprovação — cujo prazo não depende só de nós”, explica Manfredini.

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O fundador do estúdio diz ainda que é preciso conciliar esses fatores com “uma série de oportunidades de marketing pela melhor divulgação do jogo ou expansão”.

O último bit do pacote

Muito orgulhosas de seus produtos, as desenvolvedoras enxergam em seus títulos o mesmo que seus fiéis jogadores.

A Aquiris aposta no combo das mecânicas fáceis de entender e divertidas de Horizon Chase com a nostalgia de clássicos como Top Gear e Rush. “A simplicidade na forma de jogar valoriza a habilidade do jogador em relação àqueles que são mais competitivos. A nostalgia também é um pilar forte, que foi forjado não só pelo estilo do jogo, mas também muito bem complementado pela trilha sonora do Barry Leitch [compositor de Top Gear]”, justifica Manfredini ao listar os pontos fortes do título.

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O fundador do estúdio brasileiro ainda diz que, mesmo com todo o trabalho, eles nunca param o suporte ao game e também para “enriquecer a experiência do jogador com diversas melhorias e novos desafios”.

via Gfycat

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Na Play Store, Horizon Chase tem mais de 158 mil avaliações e uma média de 4,6/5 estrelas e mais de 10 milhões de downloads.

Já a Etermax vê Perguntados como um parque de diversões, com muitos atrativos diferentes. "Você pode passar de uma experiência muito relaxante jogando nossos jogos single-mode a um jogo realmente competitivo para ser o último em nosso modo de jogo”, justifica Ocaña. Ele ainda diz que a variedade, junto com tendências da internet, é o que direciona as atualizações do calendário de eventos do game.

Com mais de 7,3 milhões de avaliações na loja de apps do Google, a versão gratuita com anúncios do jogo tem 4,3/5 estrelas e foi baixado mais de 100 milhões de vezes. A desenvolvedora argentina ainda tem outros 10 jogos, entre eles algumas variações de Perguntados com outras dinâmicas e mecânicas.

Enquanto isso, a Garena tem a acessibilidade digital como principal ferramenta de Free Fire. Em resposta à reportagem do Canaltech, eles destacaram que o game é um sucesso em países emergentes como Brasil e México por ser uma experiência de battle royale como as de computador e consoles, só que em um dispositivo mais acessível.

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“Nós nos concentramos na acessibilidade e na facilidade de jogo para que nosso jogo possa ser apreciado em quase todos os smartphones — desde aparelhos intermediários até os mais recentes iPhones”, comenta a Garena. A estratégia veio observando outros países do sudeste asiático, onde os jogadores jogam mais nos celulares, com jogos leves para aparelhos com menos poder de processamento.

Com avaliação de 4,2/5 estrelas, mais de 500 milhões de pessoas fizeram o download do jogo no Android e mais de 58 milhões deram nota.

O App Annie prevê ainda que o mercado de jogos para celular fature US$ 120 bilhões em 2021, superando o consumo em consoles portáteis (US$ 4 bilhões), de mesa (US$ 39 bilhões) e PC (US$ 41 bilhões) somados.