O iPhone escuta as suas conversas para anúncios? Apple diz que não
Por André Lourenti Magalhães |

A Apple publicou um comunicado na última quarta-feira (8) para defender que a não usa gravações de conversas com a Siri no iPhone para personalizar anúncios. A empresa afirma em nota que “nunca usou dados da Siri para criar perfis de marketing, nunca os disponibilizaram para anúncios e nunca os venderam para alguém com qualquer propósito”.
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O anúncio ocorre dias após a Gigante de Cupertino concordar em pagar US$ 95 milhões (cerca de R$ 570 milhões) como parte de um acordo em processo movido na Justiça dos EUA, na qual a Apple é acusada de gravar conversas de usuários com a assistente digital e compartilhar o material com terceiros (leia mais abaixo).
Como a Siri protege dados dos usuários
A Apple detalhou os seguintes aspectos de privacidade da Siri:
- A maioria das ações da assistente é feita no próprio dispositivo. Nesse caso, o conteúdo das mensagens não é enviado aos servidores da empresa;
- Alguns comandos exigem comunicação em tempo real com os servidores da Apple (pesquisas na web, por exemplo). A ferramenta usa a menor quantidade possível de dados, rastreados por um identificador aleatório — os pedidos não são vinculados à conta Apple do dispositivo;
- A Big Tech só armazena conversas com a Siri se os usuários aceitarem compartilhar os dados para melhorar o funcionamento da assistente — a gravação, inclusive, só é usada com esse propósito. Há um espaço nas configurações para ativar ou desativar esta opção.
Vale destacar que a Siri ganhará novas funções com a chegada do Apple Intelligence, incluindo a capacidade de analisar o contexto do que está exibido na tela e combinar informações entre apps.
A empresa reforça que os recursos do pacote de IA são executados no próprio dispositivo e protegidos pela Private Cloud Compute, o que impede que terceiros tenham acesso aos dados.
Apple processada
O processo movido contra a Apple nos Estados Unidos considera uma reportagem publicada pelo site The Guardian em 2019 com denúncias de que funcionários ouviam conversas gravadas pela Siri quando a assistente era acionada por engano.
Além da invasão de privacidade, alguns usuários reclamavam de receber anúncios personalizados de temas mencionados nas gravações — a pessoa falava de uma marca durante a gravação indevida e, pouco tempo depois, via um anúncio da mesma empresa.
O acordo proposto pela Apple para encerrar o caso envolve pagar US$ 95 milhões em indenizações para usuários que possuíram dispositivos da Maçã compatíveis com a Siri entre setembro de 2014 e dezembro de 2024 nos EUA. Isso inclui iPhones, Apple Watches, iPads e outros produtos da companhia, com um valor que pode chegar a US$ 20 por para cada participante da ação coletiva. A decisão ainda precisa ser aprovada pelo tribunal.
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