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Apple começa a liberar links para pagamentos externos no iOS

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 31 de Março de 2022 às 11h35

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Reprodução/Apple
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A Apple começou a permitir que algumas empresas usem links para pagamentos em seus próprios websites a partir de aplicativos do iOS. De acordo com a Maçã, as novas regras já estão em vigor e autorizam que "aplicativos de leitura" — em geral, aqueles que fornecem conteúdo digital sob demanda — direcionem os usuários para criar contas ou gerenciar perfis pela página oficial.

Kindle, Netflix e Spotify devem ser os principais beneficiados nessa leva inicial, e o Spotify, inclusive, já havia sido anunciado como parceiro oficial da Apple nesta fase de flexibilização. O site da Netflix menciona a indisponibilidade de assinatura pela App Store para clientes novos ou reinscritos na página de ajuda.

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O regimento da App Store não permitia que os desenvolvedores apontassem links para seus próprios sites, porque isso poderia ser usado para burlar o sistema de pagamento da loja. O impedimento impactava no ganho de novos usuários, pois somente quem já tinha uma conta poderia ingressar no serviço via iPhone e iPad. Se você não tivesse, precisaria abrir o navegador, acessar manualmente o site do serviço, criar uma conta e só então voltar para o programa.

Muitas companhias passaram a permitir uma assinatura direto pela loja oficial da Apple para tentar contornar isso, mas precisaram abrir mão de 30% da sua receita, valor que é repassado integralmente para a criadora do iPhone. Essa taxação elevada, inclusive, é um dos pontos de maior controvérsia da gigante de Cupertino na atualidade.

Burocracia para inserir o link

Apesar da liberação, os desenvolvedores ainda não podem simplesmente jogar um link de inscrição na tela inicial. A página de suporte ao desenvolvedor no iOS explica ser necessário solicitar um "entitlement" (permissão ou aviso, em tradução livre) antes de direcionar as pessoas para fora do programa.

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Como já é praxe na Maçã, tudo deve ser feito com um fluxo específico, com uma explicação de que as compras não serão processadas pela Apple e uma página que fale dos riscos de fornecer informações a um desenvolvedor terceirizado. Na prática, a fabricante quer tirar o corpo fora para não se responsabilizar por eventuais problemas no pagamento ou vazamento de dados.

Esses são os requisitos para os desenvolvedores:

  • O link deve ser aberto em um navegador, não em uma visualização da web no aplicativo;
  • Nenhum dado ou parâmetro adicional pode ser passado para o site;
  • O app não pode conter texto com valores ou promoções para o site;
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A Apple continuará a revisar as alterações nos aplicativos antes de serem lançadas. Por isso, um app pode acabar barrado se não seguir as diretrizes impostas pela companhia, mesmo se o restante estiver de acordo com as políticas.

Luta contra ações antitrust

Essa é uma resposta clara da empresa contra as acusações de monopólio que se proliferam por todo o mundo. A Apple enfrenta forte resistência de órgãos de defesa do consumidor nos Estados Unidos, Europa e países asiáticos por submeter todos os desenvolvedores à sua metodologia de pagamento.

Em agosto de 2021, a empresa deu sinais de que começaria a ser flexível quanto a isso, mas ainda não estava claro como tudo funcionaria. A Maçã teme, com razão, que criminosos possam aproveitar brechas nesses redirecionamentos para levar pessoas para sites falsos ou que interceptem dados sensíveis.

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A solução encontrada foi criar regras que deixem claro a total isenção de responsabilidade quando alguém opta por assinar um serviço ou comprar um produto fora do app e da App Store. Embora ainda seja uma mudança bastante limitada, é um primeiro passo que facilita a vida dos usuários e desafoga os criadores de software.

Fonte: Apple, Diretrizes para linksNetflix