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Favelas do G10 estão mais conectadas e consomem cada vez mais streaming

Por| Editado por Claudio Yuge | 11 de Novembro de 2021 às 23h40

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Reprodução: thiago japyassu/Unsplash
Reprodução: thiago japyassu/Unsplash

O G10, bloco das favelas com maior expressão econômica do país, tem potencial de consumo de R$ 9,9 bilhões. Os compradores dessas comunidades são relevantes para mercados que vão de contas em bancos digitais a streaming.

Agora, um levantamento do instituto de pesquisa Outdoor Social Inteligência, voltado para a classe C, aponta que os moradores das favelas do G10 estão cada vez mais conectados. A pesquisa ouviu 435 pessoas nas cinco regiões do Brasil por meio de pesquisa telefônica.

Entre os entrevistados, 62% têm internet em casa. Desses, 39% contrataram provedores locais que oferecem cobertura dentro da favela. O tíquete médio nacional para os gastos com internet nessas localidades é de R$ 101,78 mensais.

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Um dos principais motivos para o uso da internet é o acesso às redes sociais, principalmente entre jovens de 18 a 34 anos. Nessa faixa etária, 47% dos participantes do levantamento usam a rede majoritariamente para frequentar as mídias sociais.

A leitura de notícias também ocorre nesses aplicativos para 62% dos ouvidos na pesquisa. O WhatsApp é quase unânime: 98% dos entrevistados o utilizam como principal meio de comunicação. Outras mídias populares são o Facebook (85%) e o Instagram (72%). As novatas já atraem público: TikTok tem 26% e Kwai 20%.

Apesar do uso crescente da internet, mais da metade do grupo ainda utiliza a TV: cerca de 57% assistem a novelas e telejornais enquanto 30% preferem as séries. "A pesquisa mostra que o consumo da favela é muito similar ao de outras regiões da cidade", aponta Emília Rabello, fundadora do Outdoor Social Inteligência.

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Ela destaca que, com isso, essa população se afirma como potência econômica e público consumidor de diversas marcas. “A favela está cada vez mais conectada pela internet, o que diminui distâncias geográficas e permite acompanhar tendências culturais, tecnológicas e de lazer”, ressalta.

Uso do celular e lazer

Segundo a pesquisa, o uso do celular para fazer ligações está deixando de ser um hábito entre usuários com ensino superior completo: 46% informam que usam mais a internet no dispositivo. No levantamento, 22% dos participantes tinham ensino superior completo, 53% ensino médio e 23% ensino fundamental.

O celular também é um parceiro de negócios para 28% dos entrevistados, que o utilizam como fonte de renda. Micro e pequenos comerciantes são 18% dos que usam o recurso para vendas. Levantamento de julho indica que existem mais de 15 mil comércios com CNPJ nas favelas do G10.

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Nessas comunidades, a internet também é utilizada para lazer. Entre os assinantes de streaming de vídeo, 75% têm Netflix, 33% assinam o YouTube Premium, 27% têm Amazon Prime, 23% usam o GloboPlay e 7% assinam a Disney. Outras marcas citadas foram Paramount+ (2%), PopcornFlix (2%), HBO Max (1%) e Apple TV (1%). O gasto médio nacional é R$ 51 por mês.

Os entrevistados também usam streamings de música, com preferência pelo Spotify: se fossem ouvir apenas uma plataforma, 40% optariam por ele. Outros 20% escolhem o YouTube Music, 10% o Google Play Música, 6% o Deezer e 3% o Apple Music. Além disso, 77% usam versões gratuitas.

O consumo de jogos eletrônicos também aparece nas favelas brasileiras. Entre os preferidos, 35% escolheriam o Free Fire se só pudessem jogar um título. Os fãs do Fortnite têm a mesma porcentagem. Outros 24% preferem o Crossfire e 6% escolheriam o Subway Surfers.

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Games de ação e aventura são preferidos por 41% dos entrevistados. Em segundo lugar vêm os Role Playing Games (RPG), consumidos por 18% dos entrevistados, o mesmo porcentual que prefere títulos de esportes. Jogos de estratégia são escolhidos por 6% dos participantes.