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Dotcom e o novo Mega: é apenas o começo de uma grande briga na internet

Por| 21 de Janeiro de 2013 às 17h52

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Dotcom e o novo Mega: é apenas o começo de uma grande briga na internet
Dotcom e o novo Mega: é apenas o começo de uma grande briga na internet

Um ano após ter sido decretada a prisão de Kim Dotcom, fundador do serviço de compartilhamento de arquivos Megaupload, o seu mais novo site entra no ar. O Mega promete oferecer aos usuários funções e facilidades que ninguém nunca imaginou.

De acordo com o The Next Web, uma mesa redonda aberta a alguns membros da mídia internacional foi realizada na própria mansão de Dotcom no dia seguinte ao lançamento do serviço. A primeira pergunta feita para seu fundador foi inevitável: "o quão popular foi o Mega esta manhã?" Sem querer entrar em valores exatos, Dotcom revelou que, nas duas primeiras horas de abertura do Mega ao público, mais de 250.000 cadastros foram realizados. E a equipe que trabalha no site ficou simplesmente espantada com o número de usuários que se dispuseram a pagar pelo produto.

Kim Dotcom conversa com a imprensa em sua mansão na Nova Zelândia (Foto: The Next Web)

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Dotcom revelou que o lançamento do Mega não deve ser confundido com nenhuma afronta às autoridades. "Isso não deveria ser visto como provocação (…) — começamos a desenvolver nosso novo negócio em setembro. Não estamos sendo arrogantes, estamos apenas aproveitando nossas experiências com o Megaupload para oferecer o melhor produto lá fora". No entanto, Dotcom admitiu que ainda não esqueceu o acontecido em 20 de janeiro de 2012, quando a polícia da Nova Zelândia invadiu sua casa e o Megaupload foi retirado do ar.

O fundador do serviço garante que não estará sujeito a problemas legais semelhantes aos que acabaram com o Megaupload. Segundo ele, além de usar uma tecnologia nova, totalmente baseada em HTML 5 (e por isso suportada apenas pelo Google Chrome, até o momento), o Mega foi construído com base no que dita a lei. Ele assegura — mesmo lamentando a constante perseguição das autoridades — que qualquer tentativa de processo contra o novo serviço será bastante difícil.

Megamovie, Megabox e Megakey

Dotcom publicou no Twitter, no dia do lançamento do Mega, um screenshot de um serviço de streaming de vídeo, chamado Megamovie e explicou à mídia que aquela era uma versão totalmente funcional de seu serviço de filmes, disponível na Internet até poucos dias depois do fechamento do Megaupload. Sua intenção ainda é lançar um serviço semelhante, capaz de mudar o cenário de streaming de vídeo na web.

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De acordo com o TorrentFreak, outro serviço que está na fila (e teve seu lançamento atrasado pelo governo norte-americano) é o Megabox, um serviço de música que, segundo Dotcom, será lançado daqui a alguns meses. Dotcom está deixando a turma dos estúdios e gravadoras de Hollywood de cabelo em pé, já que o Megabox promete criar uma plataforma revolucionária que oferecerá música gratuita, mas com um sistema de ressarcimento financeiro aos artistas e produtores de conteúdo.

Para entender como funcionará o Megamovie e o Megabox, é necessário conhecer o Megakey, um aplicativo que deve ser instalado no computador de cada usuário que decidir acessar conteúdo gratuito pelos serviços de Dotcom. Quem optar por não instalar o Megakey, deverá pagar pelo conteúdo digital que quiser baixar.

Este pequeno aplicativo substitui publicidade online e anúncios de sites por propagandas do próprio Megakey, funcionando de maneira semelhante a um ad blocker. Ele precisa monitorar o acesso à internet para então detectar os anúncios triviais e substituí-los. O Megakey pretende alterar as páginas da web com o intuito de financiar os downloads de música, e isso pode trazer grandes problemas para Dotcom, uma vez que ele estará desviando o tráfego de outros sites para direcionar verbas aos artistas.

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Segundo o empresário, o Megakey irá substituir apenas 10% de toda a publicidade online, atingindo somente gigantes como Google e Yahoo!. O processo de funcionamento desta ferramenta ainda é obscuro e muito complexo, mas de acordo com Dotcom, o Google utiliza uma forma semelhante de publicidade e está "no mesmo barco que o Mega", já que redireciona a links com conteúdo pirata e, por isso, pode ser indiciado a qualquer momento, assim como ocorreu com "finado" Megaupload.

Dotcom também disse ao TorrentFreak que há vários artistas famosos esperando pelo lançamento do serviço, que também não tem data definida para ser lançado — mas tudo indica que será em breve. Parece que ele está bastante otimista com sua nova maneira de desafiar as grandes gravadoras no cenário da web. E está comprando uma briga daquelas não só com os artistas de Hollywood, mas com a internet inteira.

As perspectivas de Kim Dotcom

O criador do Mega está ansioso, esperançoso e muito confiante. Depois de atuar como o grande astro do lançamento do Mega no último dia 19, em uma apresentação um tanto bizarra, que aconteceu no quintal de sua mansão na Nova Zelândia, revelou ao público suas impressões a respeito do serviço.

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O evento começou com uma apresentação de uma banda neo-zelandesa, com direito a pessoas fantasiadas de aborígenes e muita música eletrônica. Logo depois, os convidados tiveram que assistir a um show nada comum, no qual os atores explicavam o que é a Internet. Em seguida, aparece Dotcom, dizendo que a intenção do Mega não é provocar as autoridades e que possui uma equipe jurídica especializada para garantir que o serviço está em conformidade com a lei.

Espalhafatoso, bizarro e irreverente: o evento de lançamento do Mega contou com a presença de Kim Dotcom e artistas convidados

Dotcom mostra-se revoltado com governos e empresas que vetam a liberdade na Internet, já que ela existe para ser livre. "A internet não pertence a ninguém, nem à indústria, nem ao governo!", proclama o fundador do serviço, seguido de aplausos.

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Ele conta a história do Megaupload enquanto explosões, atores vestidos de policiais e até um helicóptero simulam a batida policial que ocorreu em sua mansão no ano passado. Se você não viu todo o "show", pode acompanhar cada detalhe pelo YouTube (ao todo, o vídeo possui 1h30 de duração e está dividido em 6 partes).

Ele revelou à imprensa que deseja que o novo serviço atinja três objetivos:

  • Criar mais empregos na Nova Zelândia e mantê-los por lá. Ele quer contratar de volta os antigos funcionários do Megaupload;
  • Tornar o Mega uma empresa decente, participante do mercado de ações e registrada na lista de empresas da Nova Zelândia;
  • Contribuir com o fim do monopólio da internet a cabo no país, trazendo uma segunda opção aos neo-zelandeses.

A Internet que se prepare, pois Dotcom está com uma grande equipe de progamadores, produtores e advogados que o auxiliarão a lançar seus produtos a qualquer custo. O Mega já foi aberto ao público; resta agora esperar para ver o que acontecerá depois do lançamento de serviços que, querendo ou não, afrontarão os artistas e produtores de Hollywood, bem como as autoridades e o governo.