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Advogado é pego no flagra usando ChatGPT para processar empresa nos EUA

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 30 de Maio de 2023 às 12h53

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Bill Oxford/Unsplash
Bill Oxford/Unsplash

Um advogado foi pego no flagra usando o ChatGPT para compor argumentos contra a empresa aérea Avianca nos Estados Unidos. Seu cliente, Roberto Mata, quis processar a companhia por ter sido machucado por um carrinho de serviço de bordo num voo de El Salvador para os Estados Unidos. As informações são do site The New York Times.

Segundo o advogado Steven A. Schwartz, a inteligência artificial foi utilizada para "complementar" a argumentação, contudo, o chatbot apresentou informações falsas no documento. Para piorar, o profissional admitiu que "desconhecia a possibilidade de que o conteúdo [do ChatGPT] pudesse ser falso".

O acidente com Mata aconteceu em agosto de 2019, mas a disputa corre até hoje. A Avianca pediu pelo arquivamento do processo, mas o advogado recorreu com o documento incrementado com dados gerados pelo chatbot da OpenAI.

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De acordo com a publicação, eram 10 páginas que citavam precedentes com processos como Martinez vs Delta Air Lines, Zicherman vs Korean Air Lines e Varghese vs China Southern Airlines. Porém, nem os advogados da Avianca nem o juiz responsável pelo caso encontraram tais decisões — nenhuma delas existe, todas foram geradas por alucinações do ChatGPT.

Conforme mostram os registros da corte de Manhattan, Estados Unidos, onde corre o processo, o advogado até teria questionado ao bot se as informações eram reais antes de adicioná-las ao arquivo. O ChatGPT confirmou a veracidade dos casos, mas sem especificar de onde vieram.

Advogado se desculpou pelo ocorrido

Após o "puxão de orelha", o advogado se desculpou pelo ocorrido e disse que não vai mais consultar o chatbot "sem verificação absoluta de sua autenticidade". Nos próximos dias, o juiz responsável pelo caso decidirá se as pessoas envolvidas serão punidas.

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Também aconteceu no Brasil

Em abril, aconteceu uma situação parecida no Brasil. Um advogado protocolou uma petição usando o ChatGPT e acabou multado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em R$ 2,4 mil.

ChatGPT não é ferramenta de busca

Embora o ChatGPT entregue respostas convincentes, ele nem sempre está certo. A ferramenta pode ser um atalho útil para entender características superficiais sobre um determinado tema, mas quanto mais se aprofunda sobre um assunto, maior a chance de ela errar — ou "alucinar".

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Apesar disso, o chatbot da OpenAI por vezes é confundido com mecanismo de busca, e até supera o número de acessos de buscadores tradicionais. E mesmo que ele esteja melhor a cada atualização, ainda não dispensa a pesquisa tradicional feita de forma manual por um humano.

Fonte: The New York Times