Raios UV entram na batalha para desinfectar aviões na Suíça
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
Um robô que emite raios ultravioletas está na fase de experiência antes de assumir o cargo como responsável pela eliminação de vírus dos aviões da companhia aérea Helvetic Airways. Os testes começaram a ser feitos pela Dnata, empresa de serviços aeroportuários com sede em Dubai em parceria com a startup suíça UVeya.
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A luz ultravioleta já é usada há bastante tempo para eliminar germes, bactérias, fungos e bolores em vários setores da indústria farmacêutica e em ambientes hospitalares também. Como não utiliza agentes químicos, ela é eficaz, tem um baixo custo de manutenção, é ecologicamente amigável e não corre o risco de deixar o assento do passageiro molhado.
“Esta é uma tecnologia comprovada, usada há mais de 50 anos em hospitais e laboratórios, é muito eficiente e não deixa resíduos”, disse o cofundador da UVeya, Jodoc Elmiger.
Até agora foram construídos três protótipos com luzes montadas em uma estrutura que lembra um crucifixo. Os feixes de raios UV são lançados nas poltronas enquanto o robô se move suavemente pelo corredor da aeronave. Para desinfectar o avião todo, um Embraer E190-E2 com capacidade para até 114 passageiros, foram gastos 13 minutos.
Veja:
Funciona com qualquer tipo de vírus?
A luz UV inativa os vírus em geral, mudando o seu material genético, e é isso que impede que eles continuem se replicando. O efeito é diferente do que geralmente ocorre com o uso de álcool em gel e sabão, que destroem o vírus.
Mas não é todo tipo de radiação que funciona. Raios UVA e UVB, que são emitidos pelo Sol, não têm efeito contra os vírus. Já os robôs usados nos aviões utilizam os raios UVC, que também tem origem na luz solar, mas que não conseguem ultrapassar a camada de ozônio.
Aqui no Brasil, uma pesquisa feita pela USP concluiu que 99% das partículas virais do novo coronavírus foram inativadas em testes de laboratório com a utilização de lâmpadas UVC.
Preço nas alturas
A estimativa dos fabricantes é que cada robô seja vendido por aproximadamente US$ 16 mil (cerca de R$ 86,5 mil). Dependendo do tamanho da frota da companhia aérea, o valor pode ser inviável, já que seriam necessários vários equipamentos para manter a agilidade no embarque de passageiros, uma vez que a desinfecção só pode ser feita com os aviões vazios.
Os fabricantes de aeronaves também querem que sejam realizados mais testes para verificar o impacto das lâmpadas ultravioleta no estofamento interno dos aviões, que pode desbotar e ficar menos resistente depois de muito tempo sob os efeitos dos raios UV.
Para os executivos da Helvetic Airways o investimento vale a pena. “Se nossos passageiros e a nossa tripulação souberem que nossa aeronave está segura, que não há vírus ou bactérias, isso poderia incentivá-los a voar novamente”, disse o porta-voz da empresa Mehdi Guenin.
Você acha que a utilização de raios UV pode diminuir o risco de contaminação nos aviões? Comente.
Fonte: Reuters