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Como a luz ultravioleta pode barrar novos casos da COVID-19?

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Northwell Health
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O novo coronavírus (SARS-CoV-2) já infectou mais de quatro milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 280 mil doentes foram a óbito pela infecção, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Diante desse cenário, é inegável a capacidade desse vírus de se espalhar — e descobrir maneiras para barrar novos casos da COVID-19 é a resposta que o planeta procura.

Em países como a China, drones são usados ​​para higienizar grandes áreas e, principalmente, espaços públicos. Essa mesma técnica, só que em espaços fechados, como galpões e estoques, também é usada para manter as instalações limpas. Nesse sentido, a radiação ultravioleta (UV) ganha cada vez mais destaque. Já usada há décadas em hospitais para desinfecção, pode ser aplicada em maior escala para a retomada da economia e a preservação de vidas.

Em números que demonstram a seriedade dessa tecnologia, o mercado global de equipamentos de desinfecção por UV foi avaliado em US$ 1,1 bilhão (cerca de seis bilhões de reais) em 2018, e deve atingir US$ 3,4 bilhões (aproximadamente 19 milhões de reais) até 2026, de acordo com a Allied Market Research.

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Como funciona?

Aparelhos portáteis com radiação ultravioleta já são usados para esterilizar superfícies em leitos de hospitais e até mesmo vagões do metrô. São espécies de lâmpadas que descontaminam os ambientes, literalmente, eliminando vírus, bactérias e microorganismos em geral. Os testes para saber sua eficiência para a eliminação do SARS-CoV-2 ainda estão em andamento, mas a tecnologia já mostrou que consegue neutralizar outros tipos de coronavírus.

Mas há um porém: a radiação UV só é aplicada em ambientes quando estão desocupados. Isso porque podem trazer riscos para as células humanas. Já que, de modo geral, a luz UV pode penetrar na pele e causar câncer, além de catarata nos olhos. No entanto, esse não é o caso de uma faixa específica da luz UV chamada luz UVC distante. "Ela não consegue atravessar nenhuma das células vivas da nossa pele", afirma David Brenner, diretor do Centro de Pesquisa Radiológica da Universidade de Columbia. "É por isso que é segura para a exposição humana".

Além de desinfectar ambientes vazios, pesquisadores querem aproveitar a radiação para descontaminar até mesmo áreas ocupadas. Seria como usar lâmpadas para eliminar possíveis presenças do coronavírus em um aeroporto internacional, o que garantira sua retomada. Para isso, lâmpadas que utilizam a luz UVC distante estão atualmente em produção e aguardam a aprovação da Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos.

Diferente dos raios UVA e UVB

O uso da luz ultravioleta em ambientes fechados pode ser uma medida polêmica por conta de preconceitos com a tecnologia. Afinal, há muitos anos as pessoas usam o protetor solar para evitar o câncer de pele causado pelos raios ultravioleta da luz solar, que são os comprimentos de onda conhecidos como UVA e UVB.

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Por esse motivo, muitos equipamentos germicidas empregam comprimentos de onda de luz conhecidos como UVC, que são mais curtos que os UVA e UVB. E não conseguem atingir o DNA nas células vivas do corpo humano. Em testes, o UVC distante pode irritar a pele e os olhos, o que faz dessa tecnologia ter usos restritos. Por exemplo, as lâmpadas UVC são instaladas dentro de dutos de ventilação, como no Aeroporto Internacional de Syracuse Hancock, no norte de Nova Iorque.

Para provar sua eficácia sem danos colaterais, Brenner está conduzindo experimentos de laboratório que testa os raios UVC distantes em camundongos sem pelos por oito horas por dia, durante 60 semanas. Com mais de 40 semanas de experimento, segundo o pesquisador, não há sinais de lesões pré-cancerosas ou lesões oculares. Mesmo que a tecnologia ainda não esteja preparada para a pandemia da COVID-19, poderá ajudar muito no futuro.

Fonte: ABC NewsCNBC e New York Times