Casas impressas em 3D começam a ser disponibilizadas a sem-tetos nos EUA
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
A casa dos sonhos de muita gente pode não ter apenas 37 metros quadrados, mas para o norte-americano Tim Shea a realidade não tem tamanho. Ex-morador de rua, ele se tornou a primeira pessoa dos EUA a se mudar para uma moradia totalmente construída com impressoras 3D.
- Impressora 3D gigante é usada para criar casa de dois andares em 48 horas
- Estados Unidos ganha 1º bairro feito apenas com casas impressas em 3D
- Esta casa foi fabricada em uma impressora 3D e está disponível para você comprar
Seis casas iguais a de Tim foram construídas na cidade de Austin pela empresa ICON em parceria com a New Story, uma entidade sem fins lucrativos que ajuda pessoas sem-teto. As moradias, que custam cerca de US$ 300 por mês (pouco mais de R$ 1.500) aos proprietários fazem parte do projeto Community First Village, uma comunidade de casas com preços acessíveis para adultos que saíram de uma situação de falta de moradia crônica.
“Quando descobri que seria a primeira pessoa nos EUA a se mudar para uma casa impressa em 3D, eu achei incrível”, disse Tim Shea que até o fim do ano passado morava em uma van.
Construção relâmpago
Todo o processo de impressão das casas demora menos de 48 horas e utiliza as impressoras 3D Vulvan II, abastecidas com um concreto especial desenvolvido pela ICON chamado “Lavacrete”.
Veja no vídeo abaixo como a casa é "impressa":
Além de serem super-resistentes, o custo estimado de cada moradia é cerca de 20% a 30% menor do que o de casas convencionais, feitas com materiais tradicionais dos EUA. Outro fator a ser levado em conta é que a impressão 3D produz apenas um terço dos resíduos em comparação com as construções comuns, que geralmente utilizam cimento, madeira e aço.
Mais do que concreto
Especialistas acreditam que construir casas com impressoras 3D é muito mais do que um feito de engenharia moderna e de sustentabilidade. É a tecnologia sendo usada para resolver um problema crônico presente em vários países.
Só nos EUA, país onde agora começam a surgir até bairros feitos em impressoras 3D, faltam mais de 3,3 milhões de casas para suprir o déficit habitacional do país, segundo dados da empresa de financiamentos Freddie Mac. Aqui no Brasil, dados do último censo mostram que mais de 6,35 milhões de famílias não têm uma casa para morar.
Não basta desenvolver a tecnologia, é preciso fazer com que ela chegue ao maior número possível de pessoas, que certamente fariam muito bom uso destes 37 metros quadrados construídos com boa vontade e uma impressora 3D.
Fonte: Green Matters