Xiaomi pode abandonar Snapdragon? Marca teria seus próprios chips, diz Bloomberg
Por Vinícius Moschen • Editado por Léo Müller | •

A Xiaomi poderá começar a utilizar seus próprios chips em smartphones de gerações futuras. De acordo com a Bloomberg, a empresa planeja reduzir a dependência da Qualcomm ao longo dos próximos anos.
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A nova abordagem da companhia baseia-se no aumento das medidas protecionistas dos Estados Unidos em relação à China, especialmente no setor de semicondutores de alta performance.
Além disso, os processadores Snapdragon e MediaTek mais recentes apresentaram um aumento significativo de preço, pressionando os custos para que as fabricantes desenvolvam seus celulares.
Detalhes sobre esse novo componente da Xiaomi ainda não foram confirmados, mas é esperado que ele seja produzido no processo de 4 nanômetros da TSMC. Os nanômetros referem-se à distância entre os transistores dos processadores, em que valores menores representam mais desempenho e eficiência energética.
Para efeito de comparação, o Snapdragon 8 Elite (chip mais avançado da Qualcomm atualmente) é fabricado em um processo de 3 nanômetros. Processadores de 2 nanômetros já estão no horizonte, ainda que a produção em larga escala não ocorra por enquanto.
Na prática, o novo chip da Xiaomi teria desempenho equivalente ao Snapdragon 8 Gen 1, que equipou os dispositivos mais avançados de 2022, incluindo o Galaxy S22 Ultra e o Xiaomi 12. Portanto, o componente da marca chinesa não seria concorrente direto dos topos de linha mais recentes, ainda que deva oferecer uma performance razoável.
Não seria a primeira vez que a Xiaomi desenvolveria um processador próprio, já que em 2017 a companhia criou o Surge S1. O modelo foi utilizado no celular Mi 5C, mas não recebeu um sucessor.
Além disso, já existe um exemplo da suposta estratégia da Xiaomi, na forma da Huawei. A rival implementou seus novos processadores Kirin em seus smartphones recentes, diante de rigorosas sanções dos EUA, e a tática foi capaz de ressuscitar a empresa no mercado chinês de dispositivos móveis.
Por enquanto, o novo chip da Xiaomi permanece apenas no campo das especulações. Acredita-se que sua produção em massa seja iniciada em 2025, com a aplicação em smartphones logo depois.