O que é memória DDR — Double Data Rate?
Por Renan da Silva Dores • Editado por Wallace Moté |
Amplamente utilizada em eletrônicos modernos, incluindo desktops, notebooks, celulares e consoles, as memórias DDR são memórias de acesso randômico (RAM) que armazenam temporariamente os dados que o processador, a placa de vídeo e outros componentes do sistema precisam para trabalhar. Dessa maneira, o acesso às informações é feito de maneira muito mais rápida do que se fossem buscadas no armazenamento, o que também economiza energia.
Mas o nome DDR, sigla para Double Data Rate, resume uma característica relativamente recente e importante do funcionamento dessas memórias, relacionada com a maneira com que as informações são transmitidas dos módulos de RAM para o processador, e vice-versa.
Relembrando a história da RAM
Nos primórdios da computação eletrônica, na década de 1960, as memórias SRAM (Static Random Access Memory) foram implementadas, já com o propósito de acelerar o acesso do sistema às informações mais importantes. Essas memórias foram eventualmente substituídas pelas DRAM (Dynamic Random Access Memory), com maior densidade e uso de apenas 1 transistor por bit de informação, sendo significativamente mais baratas.
A DRAM é assíncrona, ou seja, opera sem ser sincronizada a outros componentes, o que causava problemas por não haver uma organização complexa dos dados. Isso levou ao desenvolvimento da SDRAM, ou Synchronous DRAM que, como o nome sugere, funciona em uma frequência sincronizada com o processador. Também conhecida como clock, essa frequência opera em ciclos, com uma determinada quantidade de informação enviada e/ou recebida a cada ciclo.
As primeiras memórias SDRAM sugiram em 1993, operando com voltagem de 3,3 V e frequência entre 66 e 133 MHz, realizando de 100 a 166 MT/s (Megatransferências por segundo). A cada ciclo de clock, um único conjunto de informações era enviado, o que fez com que esses componentes fossem conhecidos como Single Data Rate (SDR), algo como Taxa Única de Dados, em tradução livre.
O que é a memória Double Data Rate (DDR)?
No início dos anos 2000, o avanço da tecnologia levou ao desenvolvimento das memórias Double Data Rate (DDR), ou Taxa Dupla de Dados, em tradução livre. As memórias DDR seguem operando como SDRAM, estando sincronizadas à CPU com uma frequência de transmissão, mas agora enviam dois pacotes de dados por pulso de clock, um no início e outro no fim do pulso.
Isso permitiu dobrar as taxas de transferência em comparação às memórias SDR sem que fosse necessário aumentar a frequência de transmissão. Como consequência, a densidade de transistores inseridos nos chips aumentou e o consumo de energia também foi reduzido. As primeiras memórias DDR, lançadas em 2000, trabalhavam com clock de 100 MHz a 200 MHz, mas realizavam de 200 a 400 MT/s.
Os chips de SDRAM DDR são utilizados nos chamados Dual In-line Memory Module, ou DIMM, os módulos de memória instalados nas placas-mãe, o que permite upgrades fáceis. Os módulos DIMM também são utilizados em formatos diferentes de acordo com a máquina em que serão equipados, como os SODIMM (Small Outline DIMM) para notebooks.
A tecnologia DDR se tornou padrão da indústria desde então e, a cada nova geração, um número é adicionado ao final da sigla, representando a qual geração o módulo de memória pertence (DDR2, DDR3, DDR4, DDR5, etc.). Atualmente, as taxas de transferência de módulos mais encorpados podem ultrapassar com facilidade os 7.400 MT/s.
Fonte: Microcontroller Tips, EasyTechJunkie