Memórias DDR4 ainda têm "alguns anos" de mercado pela frente, diz ADATA
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

As memórias DDR4 já estão no mercado há 11 anos e coexistindo com a atual geração DDR5 há quase quatro anos. Já sabemos até as especificações dos chips DDR6, cuja produção em massa será iniciada em meados de 2028, mas a geração anterior ainda tem bastante espaço no mercado, e isso não deve mudar tão cedo. É isso o que acredita a ADATA.
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Em entrevista exclusiva ao Canaltech, uma das maiores fabricantes de semicondutores do país explicou porque as memórias DDR4 seguirão populares em nosso país por um bom tempo.
A principal delas tem a ver com a idade média das máquinas instaladas no Brasil. As últimas gerações de processadores já não suportam essa geração de memória RAM e a demanda continua sendo por configurações mais antigas. Algumas delas ainda são vendidas em nosso mercado, como AMD Ryzen 5000, Intel Core de 12ª, 13ª e 14ª.
DDR4 ainda é forte em configurações de anos atrás
Algumas fabricantes já anunciaram o encerramento da produção de memórias DDR4 e o preço da fabricação aumentou muito nos últimos meses, justamente por conta da demanda contínua e a baixa oferta, já que os esforços já começaram a ser direcionados totalmente para a atual geração.
"Nós fabricamos DDR4, que sai em muitos PCs e notebooks, além de muitos devices como televisão e celular que ainda usam chip DDR4. A produção vai por mais um tempo ainda", revelou Thiago Tieri, gerente de marketing da ADATA Brasil, ao Canaltech.
Segundo ele, a mudança definitiva para DDR5 no Brasil ainda depende de outros fatores, como "troca de maquinário e toda estrutura fabril, o que gera muito custo". No Brasil, esse último quesito é especialmente importante por conta de impostos e outras dificuldades fiscais. "Por isso, acredito que DDR4 ainda vai ficar por aqui mais alguns anos, eu diria", adiciona Thiago.
Vale ficar de olho em DDR5
Com isso em mente, o representante da ADATA Brasil reforça que a partir de dois anos para frente, já não será mais interessante investir em memórias DDR4. Mesmo assim, ainda existirá um público em potencial quando esse momento chegar:
"Mas para quem vai comprar um computador pronto, fabricado no Brasil, eu acredito que a tecnologia ainda vai ter um preço muito atrativo, que vai fazer sentido, ainda mais no mercado corporativo, saindo um pouco aí da alçada dos games".
Ele menciona notebooks simples para tarefas básicas e para estudo, que geralmente chegam com SSD SATA e 8 GB DDR4. Esse tipo de produto com essa tecnologia de memória ainda deve perdurar por mais um tempo no mercado nacional, principalmente pelo preço mais em conta.
"Nós já temos maquinário para a fabricação de DDR5, já estamos começando aqui mesmo no Brasil. Porém a demanda por DDR4 ainda é muito forte, então temos muito DDR4 sendo fabricado", conta Thiago.
Para o usuário que monta PC, como um PC gamer, o gerente de marketing da ADATA Brasil recomenda considerar a adoção de memória DDR5 logo, já que, dessa forma, garantirá um tempo de vida maior para a plataforma. Investindo em DDR4, o usuário ficará preso em upgrades de CPU e não poderá ter o que há de mais recente no mercado.
Já noticiamos aqui no Canaltech algumas vezes que o preço da produção e revenda de chips de memória DDR4 têm encarecido pelo mundo. Porém, até o momento, não existe expectativa de aumento no varejo brasileiro.
Ainda é possível encontrar módulos de memória DDR4 mais baratos do que DDR5. Ainda existem ótimos processadores com suporte a geração anterior de memória RAM, como o Ryzen 7 5700X e, literalmente, qualquer CPU Intel Alder Lake e Raptor Lake. Lembrando que, no caso do Time Azul, é necessário adquirir uma placa-mãe que ofereça suporte a esse tipo de memória.
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