Intel Core abandona "i" e é reformulada com nova série Core Ultra
Por Renan da Silva Dores • Editado por Wallace Moté |
A Intel anunciou nesta quinta-feira (15) que vai reformular por completo sua família de processadores Intel Core, estreando na segunda metade de 2023 uma marca com nomenclatura renovada. As novidades, que confirmam diversos rumores e vazamentos ocorridos nas últimas semanas, têm como destaques o fim do uso da letra "i" antes do número de categoria e a criação de uma série de CPUs mais avançada, a Core Ultra.
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No segundo semestre deste ano, a Intel vai apresentar oficialmente sua 14ª geração de processadores, de codinome Meteor Lake. A família de chips trará a primeira grande mudança de arquitetura da empresa em anos, ao ser a primeira da gigante a empregar chiplets — chips menores especializados que são combinados para formar o processador. Diante disso, a companhia de Santa Clara decidiu que era hora de reformular sua marca com uma série de modificações importantes, simbolizando "uma nova era".
Segundo a empresa, a proposta dessa reformulação, feita após 15 anos do lançamento dos modelos Core i3, i5 e i7, é atender a pedidos dos consumidores para tornar mais simples os nomes das CPUs, deixar explícito o impacto das tecnologias trazidas pela linha Meteor Lake e diferenciar de maneira clara quais componentes embarcam os recursos mais avançados (integrando a série Core Ultra) e quais são focados no uso cotidiano (a série Core padrão).
Intel Core abandona famoso "i"
A primeira das mudanças, e provavelmente a de maior impacto, é o abandono da letra "i" presente no nome dos processadores desde a 1ª geração Lynnfield, apresentada em meados de 2008. Com ela, os antigos Core i3, Core i5, Core i7 e Core i9 passam agora a se chamar Core 3, Core 5, Core 7 e Core 9. A modificação também acaba tornando mais fácil a associação com concorrentes — Core 9 compete com Ryzen 9, Core 7 com Ryzen 7 e assim sucessivamente.
Reformulações também serão feitas no tratamento das gerações, que deixarão de ser citadas nas divulgações. Ainda não está claro como a fabricante pretende se referir a uma família daqui em diante, mas a apresentação da companhia sugere que o codinome assumirá esse posto, caso da própria 14ª geração, constantemente chamada de Meteor Lake. Dito isso, o número de modelo continuará indicando a geração (em um exemplo hipotético, teríamos Core 7 14700H), e trará as letras de segmento (U para ultrabooks, H de alto desempenho, etc.).
Há ainda mais uma modificação curiosa relacionada aos números: a Intel recomenda que a palavra "processor", ou processador em tradução literal, comece a ser usada antes do número de identificação. Por questões de estruturação do idioma, a palavra processador sempre foi usada antes do nome em português, algo que deve permanecer mesmo com a recomendação. Aproveitando o exemplo do Core 7 14700H que, vale destacar, não é um produto real, teríamos o seguinte esquema de acordo com as nova marca:
Intel Core 7 Processor 14700H
Linha do modelo | Série | Geração | SKU | Modificador de recurso |
Core | 7 | 14 | 700 | H |
Está confirmado que essas mudanças cobrirão todos os produtos oferecidos aos consumidores comuns (segmento chamado pela gigante de "Client"), devendo incluir as CPUs para tablets, notebooks e desktops, e serão vistas em todos os materiais da empresa, desde as etiquetas instaladas em laptops — que receberão um visual repaginado dando maior destaque ao nome da Intel e ao número de categoria do chip — até textos oficiais.
Intel Core Ultra é série de CPUs premium
Outra transformação radical que a família de processadores Intel vai sofrer é a estreia de uma série mais premium, a Intel Core Ultra. Ainda é difícil dizer o que exatamente haverá de especial nela, mas a companhia afirma que suas tecnologias mais avançadas serão integradas na série Core Ultra, enquanto soluções simples, pensadas para o cotidiano, ficarão sob o guarda-chuva da série Core tradicional.
Levando em conta o que rumores sugerem, essa pode ter sido a forma da Intel lançar em uma mesma família os chips Meteor Lake (MTL), com tecnologias inéditas, e os especulados Raptor Lake Refresh (RPL-R), que devem trazer melhorias o suficiente para mudarem de geração, ainda que empreguem uma arquitetura antiga. Dessa forma, a série Core poderia ficar com soluções RPL-R e MTL, enquanto a Core Ultra abrigaria somente componentes MTL.
A gigante destaca ainda que vai turbinar o processamento gráfica da 14ª geração com gráficos Intel Arc, aspecto que havia sido confirmado no passado com o uso da chamada "Tiled GPU", ou tGPU, e reforça que veremos esses gráficos tanto em CPUs da série Core Ultra, quanto da série Core padrão.
Intel Evo e vPro recebem melhorias
A renovação das marcas também vai afetar a certificação Intel Evo e a plataforma empresarial Intel vPro. No caso da primeira, máquinas que atendem os requisitos estritos da companhia em termos de processamento, conectividade e bateria passarão a ser identificados pelo selo Intel Evo Edition.
Já a segunda vai receber etiquetas renovadas, e incluirá as categorias Intel vPro Enterprise, munida de todas as tecnologias para usuários comerciais, e Intel vPro Essentials, com uma suíte de funcionalidades mais simples, pensadas para micro e pequenas empresas.
Todas as mudanças anunciadas entram em vigor com a chegada da 14ª geração Meteor Lake, que ainda não possui uma data oficial de lançamento, mas é esperada para estrear na segunda metade de 2023 — acredita-se que a apresentação ocorra durante o próximo evento Intel Innovation, marcado para os dias 19 e 20 de setembro. Independente disso, a expectativa é que mais novidades sejam divulgadas nos próximos dias.