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Intel apresenta futuro da conectividade com Wi-Fi 8

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Canaltech/Gemini
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Enquanto o mercado ainda começa a se acostumar com a chegada dos primeiros roteadores Wi-Fi 7, a indústria de semicondutores já está abrindo o caminho para a próxima geração da conectividade sem fio. Em uma sessão técnica exclusiva, Carlos Cordeiro, executivo da Intel e CTO de Wireless, detalhou o que podemos esperar do Wi-Fi 8.

Diferente de seus antecessores, que focaram quase que exclusivamente no aumento da taxa de transferência de dados, o Wi-Fi 8 surge com uma missão clara: garantir a ultraconfiabilidade necessária para sustentar a era da Inteligência Artificial.

Foco em ultraconfiabilidade e determinismo

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A mudança é clara na nomenclatura técnica do padrão. Enquanto o Wi-Fi 7 tinha como foco o EHT (Extremely High Throughput, ou rendimento extremamente alto), o Wi-Fi 8 recebe a designação UHR (Ultra High Reliability, ou ultra alta confiabilidade). Segundo Cordeiro, o objetivo não é apenas fazer o download mais rápido, mas assegurar que a conexão seja estável e previsível.

Isso introduz o conceito de determinismo na rede, o que significa reduzir consideravelmente a variação da latência. Para o usuário, isso se traduz em uma experiência fluida, onde o tempo de resposta é garantido, algo crucial para aplicações sensíveis como jogos em nuvem, realidade virtual e automação industrial.

Coordenação inteligente entre pontos de acesso

Um dos pilares tecnológicos mais inovadores do Wi-Fi 8 é a capacidade aprimorada de coordenação entre múltiplos roteadores ou pontos de acesso. Hoje, em ambientes com muitos aparelhos, como escritórios ou qualquer ambiente corporativo, os roteadores muitas vezes competem pelo mesmo espaço de sinal, gerando interferência. A nova tecnologia propõe uma "conversa" constante e harmoniosa entre esses dispositivos.

Através de recursos e técnicas especificas que direcionam o sinal sem fio diretamente para o dispositivo receptor em vez de espalhá-lo em todas as direções, o Wi-Fi 8 otimiza o uso do espectro. Isso permite que múltiplos dispositivos naveguem com qualidade mesmo em locais congestionados, aumentando a eficiência geral da rede em até 50% em comparação às gerações anteriores.

Integração nativa com IA

A relação entre o Wi-Fi 8 e a Inteligência Artificial será simbiótica, segundo o executivo da Intel. A rede não serve apenas para transportar dados de IA, mas utiliza o aprendizado de máquina para se autogerenciar. O sistema torna-se capaz de entender o contexto de uso, classificando o tráfego e ajustando a qualidade de serviço de forma dinâmica.

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Se o usuário está em uma videoconferência importante, a rede entende essa prioridade e ajusta os recursos para evitar travamentos, tudo de forma transparente e automática, e pode transferir a chamada de um dispositivo para o outro, conforme ele se movimenta no ambiente. Além disso, essa inteligência permite o gerenciamento avançado de energia, ajudando a economizar a bateria de dispositivos móveis e laptops conectados.

Sensores invisíveis e privacidade reforçada

Outro ponto abordado e que chamou a atenção é o Wi-Fi Sensing, que já é utilizado hoje. Com o Wi-Fi 8, a rede ganha a capacidade de atuar como um sensor de presença e proximidade sem a necessidade de câmeras ou hardware adicional. As ondas de rádio conseguem detectar movimentos sutis, o que abre portas para automação residencial inteligente, como desligar luzes quando alguém sai de um cômodo, ou até mesmo monitoramento de saúde, detectando quedas ou padrões de respiração.

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Para acompanhar esses avanços, a segurança também foi fortalecida, já que hackers evoluem junto com a tecnologia. O novo padrão aprimora a privacidade do usuário através de uma randomização mais sofisticada do endereço MAC, tornando muito mais difícil para terceiros rastrearem a localização ou os hábitos de navegação do usuário.

O desenvolvimento do Wi-Fi 8 está avançando rapidamente, com a expectativa de finalização do padrão para o final de 2027 ou início de 2028

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