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Em crise, Intel planeja novos cortes para equilibrar contas

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Reprodução/Robert Noyce, Intel
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A crise na Intel parece estar longe de acabar. Depois de demitir mais de 15 mil funcionários e vender ativos em companhias como a Arm Holdings, a companhia estaria planejando realizar novos cortes em "negócios desnecessários" e reformular seus gastos. A informação foi divulgada pela Reuters, que cita uma reunião entre o CEO Pat Gelsinger e os principais executivos da empresa para detalhar quais serão os próximos passos.

O plano tem como objetivo reverter as sucessivas quedas de receita e lucro que a empresa vem reportando desde 2021. O último balanço financeiro, apresentado no começo de agosto de 2024, evidenciou um prejuízo de US$ 1,6 bilhão e foi gatilho para a demissão de cerca de 15% da força de trabalho da Intel.

Numa tentativa de agilizar a reversão do quadro, Gelsinger estaria disposto a tomar medidas ainda mais drásticas. Elas incluiriam não apenas a demissão de mais pessoal, mas também a reestruturação completa de como a Intel faz seus investimentos e onde aloca seu capital. Na prática, isso significaria suspender ou cancelar a construção da fábrica de Magdeburg, na Alemanha, que tem custo estimado em US$ 32 bilhões.

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A companhia também estaria disposta a vender a Altera. Adquirida em 2015, a fabricante se tornou referência no segmento de chips programáveis e recebeu investimentos pesados da Intel. Bem-vista no mercado, ela é um ativo financeiro valioso e sua venda traria uma grande receita para os cofres do Time Azul.

Apesar dessas ações críticas, Gelsinger ainda não estaria disposto a vender ou separar a divisão de Fundição da Intel. Sabidamente um dos negócios de maior despesa na companhia, ele é considerado fundamental para o futuro do Time Azul, já que garante tanto certa independência em relação à TSMC quanto atrai potenciais clientes interessados em fabricação de semicondutores.

Seja como for, a Intel ainda tem um longo caminho a percorrer para voltar a operar com estabilidade. Além de todos os desafios corporativos, a empresa ainda tem de lidar com a tensão que se instaurou com os problemas apresentados pelos processadores de 13a e 14a geração e reaver a confiança do consumidor.

As discussões de como tudo isso será conduzido devem acontecer até o fim deste mês de setembro, quando Gelsinger deve se reunir com seu quadro de executivos e sacramentar o plano que irá seguir.

Fonte: Reuters