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Análise: conheça a SSHD, a evolução da Momentus XT, da Seagate

Por| 02 de Julho de 2013 às 08h10

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Pedro Cipoli/Canaltech
Pedro Cipoli/Canaltech

Há algum tempo fizemos um artigo explicando por que todos nós deveríamos ter um disco rígido híbrido em nossas máquinas em vez de somente um HD convencional. Um disco híbrido é a combinação de um cacheSSD relativamente pequeno utilizado como cache de um HD de maior capacidade para armazenar os dados do usuário. A vantagem dessa abordagem é que todas as operações frequentes que realizamos na máquina, como iniciar o sistema operacional e abrir um browser, ficam armazenadas no SSD e melhoram significativamente a performance geral do computador.

O que fica armazenado no SSD é controlado por um algoritmo embutido no próprio disco, que utiliza o padrão de comportamento do usuário para decidir quais são as tarefas que ele realiza com mais frequência e podem ser otimizadas conforme o uso. Por exemplo: se costumamos abrir o Evernote todas as vezes que ligamos a máquina, esse algoritmo perceberá que essa é uma operação que deve ser otimizada e moverá os dados para o SSD.

Unindo o útil ao agradável, temos um sistema mais rápido sem precisar abrir mão de um grande espaço de armazenamento. No entanto, para quem já possui um notebook, se interessou pela ideia e ainda não encontrou um modelo de disco híbrido à venda — tendo que ficar com o HD antigo ou correr para um SSD completo, que é bastante caro mesmo para pequenas capacidades — aí vai a dica: hoje vamos conhecer o SSHD, um modelo que já está disponível no mercado brasileiro e pode ser considerado uma evolução da Momentus XT, em relação ao preço.

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A primeira geração da Momentus XT contava com um cache SSD de somente 4 GB, tamanho que dobrou na segunda geração e permanece com a mesma quantidade no SSHD. A diferença fica por conta do algoritmo de aprendizagem capaz de armazenar as operações mais comuns que realizamos na máquina e otimizando-a no SSD (como ligar a máquina e abrir um navegador, como dissemos acima), de forma que o sistema fique cada vez mais rápido conforme o uso diário.

Vamos agora aos testes de primeiro uso do SSHD.

Configuração de testes:

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  • Processador: APU AMD A10-6800K, 4 cores rodando a 4,1 GHz (geração Richland), turbo de 4,4 GHz
  • Memória: 8 GB DDR3 rodando a 1600 MHz em dois canais (Kingston)
  • Placa-mãe: ASUS A85X (Hudson)
  • Disco primário: Western Digital 500 GB 7200 RPM Sata III
  • Fonte: 3RSystem IceAge 500 watts
  • Windows 7 SP1 Ultimate

HD Tune Pro 5.50

O HD Tune Pro é uma das suítes mais completas de testes de discos rígidos, SSDs, Memórias RAM e até pendrives. O software é capaz de realizar inúmeros testes bastante detalhados e assim avaliar esses dispositivos em situações reais de uso. Na aba "Info" são listados os recursos do SSHD, que se trata de um modelo com interface SATA III e possui todos os recursos esperados de um HD (menos o controle acústico, que é desnecessário em modelos de somente 5400 rpm). Também não há TRIM, o que nos faz questionar a durabilidade do cache ao longo dos anos.

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Nos testes de leitura de dados do HD Tune Pro, a SSHD da Seagate obteve a performance próxima de um HD convencional, alcançando uma média de 89,5 MB/s de velocidade de transferência, com um pico de 114 MB/s e um mínimo de 52,2 MB/s (resultados semelhantes ao MiniStation Plus da Buffalo). Pelo gráfico, podemos ver que o desempenho cai de forma contínua para arquivos muito grandes, como acontece em discos rígidos comuns.

Pela aba "File Benchmark", realizamos o teste de transferência de arquivos do HD Tune, que é mais rigoroso do que o de outros programas, e alcançamos velocidades de 104 MB/s de leitura e 98 MB/s de escrita, valores um pouco inferiores aos de muitos HDs convencionais. Porém, a surpresa aparece quando olhamos os tempos de acesso (linhas "4 KB randon single" e "4 KB random multi"), mostrando o algoritmo de aprendizagem em ação e marcando um número considerável de IOPS, valores muito superiores aos de um HD convencional.

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Em testes de acesso aleatório esperávamos que a SSHD alcançasse resultados menores devido ao cache SSD mesmo na primeira passada, mas, aparentemente, esse cache só se mostrará úlil conforme o usuário utiliza o computador em seu dia a dia. Neste teste, o SSHD se saiu basicamente como qualquer HD convencional, fornecendo o mesmo número de operações por segundo (IOPS), o que melhora conforme o uso.

CrystalDiskMark 3

O CrystalDisk Mark é um programa gratuito e bastante simples, feito para medir o desempenho de dispositivos de armazenamento, e utilizamos blocos de 1000 MB como referência para os testes. Os resultados mostrados são as médias dos cinco resultados obtidos por operação e ficaram dentro do esperado e muito próximos dos alcançados no HD Tune Pro 5.50. Novamente temos um resultado ligeiramente menor do que o de um HD convencional em leitura/escrita contínua, mas cravando um belo resultado em escrita de dados aleatórios.

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ATTO Benchmark

Utilizado por muitas empresas para comprovar as taxas de transferência de memórias primárias (memória RAM) e secundárias (discos rígidos e SSDs), o ATTO Benchmark realiza transferência de blocos de dados de 512 bytes até 8 MB e disponibiliza o resultado na forma de gráficos de barras. O desempenho ficou novamente muito próximo de um HD primário, com taxas de transferência mais baixas para blocos de 512 bytes até 8 KB e se comportando de forma estável entre 8 KB e 8 MB.

Aqui, os resultados foram piores mesmo que os de um HD convencional de 5400 RPM sem cache SSD, mostrando que este ainda não assimilou o comportamento padrão de um usuário em um uso comum do dia a dia.

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Conclusão

Encontramos o SSHD da Seagate à venda em revendores especializados com um preço sugerido de aproximadamente R$ 300 para o modelo de 500 GB, 8 GB de cache SSD e 7 milímetros, sendo um preço alto por gigabyte, mas que pode trazer benefícios em longo prazo pela proposta de "cachear" as operações mais comuns do PC e assim não sobrecarregar o disco rígido primário.

Usuários que já formataram o PC ou notebook algumas vezes sabem que a máquina vai perdendo desempenho mesmo que executemos operações de otimização com uma certa frequência. Isso acontece porque os HDs se afastaram cada vez mais do desempenho dos componentes mais rápidos, como processador e placa de vídeo, e por isso se tornam o principal ponto de gargalo da máquina.

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Embora pequeno, um cache de 8 GB pode dar um fôlego em qualquer máquina moderna, aproximando a experiência da que vemos em Ultrabooks de entrada, sendo inclusive compatível com modelos mais finos por ter 7 milímetros de espessura. Para quem se incomoda com a lentidão do HD e não pode adquirir um SSD de grande capacidade, encontrará no SSHD uma excelente relação custo-benefício.

Vantagens

  • Boa relação custo-benefício;
  • Algoritmo de cache perceptivelmente mais inteligente do que o da Momentus XT.

Desvantagens

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  • Mesmo estando disponível no Brasil, é difícil de encontrar;
  • O ideal seria oferecer uma opção com um cache de 16 GB, mesmo que a um custo maior.