Apple e outras empresas de tecnologia podem ser banidas da Rússia
Por Bruno Bertonzin | Editado por Wallace Moté | 22 de Junho de 2021 às 18h40
O governo russo votou uma legislação, na semana passada, que tem como objetivo obrigar que gigantes da tecnologia dos Estados Unidos abram um escritório no país até o começo do ano que vem para continuar as operações locais normalmente. Caso contrário, a companhia pode “enfrentar medidas punitivas”, de acordo com a Reuters.
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Segundo os detalhes divulgados, a legislação atingirá sites estrangeiros que possuem pelo menos meio milhão de usuários por dia na Rússia e os obrigará a abrir uma filial no país ou uma entidade jurídica russa.
Caso seja aprovada, as companhias que não se adaptarem à norma serão adicionadas à lista de não conformes com os mecanismos de buscas e, com isso, ficarão impedidas de anunciar na Rússia ou para os russos, sendo excluídas de resultados de pesquisas. De acordo com os autores da proposta, a ausência de uma norma como esta permite que sites estrangeiros atuem na Rússia fora da jurisdição local.
Até o momento, a proposta já passou da terceira e última fase na câmara baixa russa. Agora, o texto deve seguir para votação na câmara alta e, após isso, será enviado para aprovação do presidente Vladimir Putin — o que deve acontecer sem grandes problemas, de acordo com as expectativas locais. Caso aprovada, as empresas terão até o dia 22 de janeiro de 2022 para se adequar.
Russia x Gigantes Tecnológicas
Essa não é a primeira investida do governo russo contra empresa norte-americanas. Nos últimos meses, o governo local restringiu o tráfego do Twitter no país após a rede social não atender a uma demanda para excluir conteúdos que Moscou considera proibido.
Além disso, em 2019, a Apple teve que acatar uma decisão do governo do país e passou a armazenar os dados de usuários russos em servidores locais. Já no começo desse ano, a Gigante de Cupertino foi obrigada a mostrar uma lista de sugestão de aplicativos criados por desenvolvedores russos para os usuários locais do iOS toda vez que eles fossem configurar um novo dispositivo.
O Telegram, mensageiro de origem russa, também não ficou de fora das investidas e quase foi banido do país, após não concordar em entregar ao governo as chaves de criptografias que dão acesso aos dados dos usuários.