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UNSIGHTED: conheça a alma do indie brasileiro

Por| Editado por Bruna Penilhas | 24 de Novembro de 2021 às 17h57

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Divulgação/Humble Games
Divulgação/Humble Games

UNSIGHTED é um metroidvania criado pelas brasileiras Tiani Pixel e Fernanda Dias, do estúdio independente Pixel Punk. Com uma nota média de 86 no Metacritic (nas versões de PC, Nintendo Switch e de Xbox One), o game é um sucesso no Brasil e no mundo todo. O game traz mecânicas inovadoras dentro do gênero e uma narrativa emocionante.

O Canaltech conversou com as duas desenvolvedoras de UNSIGHTED para entender um pouco mais sobre o processo do jogo e mostra a seguir mais detalhes sobre este incrível game indie brasileiro.

Pane no sistema, alguém me desconfigurou

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Primeiro, vamos falar sobre o contexto em que tudo acontece.

Em um futuro distópico, há apenas androides circulando na Terra. Chamados de autômatos, eles se abastecem de Anima, uma substância que garante a sua sobrevivência. Porém, caso ela não seja consumida regularmente, os robôs se tornam Unsighted e começam a caçar outros sintéticos para sobreviver.

Nesse cenário, controlamos Alma, uma robô que acorda em um laboratório, sem se lembrar do próprio passado. Aos poucos, suas memórias vão voltando e ela se lembra de Rachel, sua antiga paixão que deve ser reencontrada a todo custo.

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Avançando um pouco na trama, descobrimos um ponto crucial que é um dos grandes destaques de UNSIGHTED: o tempo. Por conta da escassez de Anima, os personagens estão com poucos dias e horas de vida (alguns tem mais de 100 horas, outros pouco menos de 10h). Caso o jogador demore muito no enredo principal, alguns NPCs (personagens não jogáveis) queridos podem se transformar nas criaturas maléficas.

Na aventura, ainda é possível encontrar o Pó de Meteoro, um item que aumenta o tempo de vida dos autômatos em 24 horas. No entanto, esse recurso não é abundante e algumas vezes você terá que escolher entre salvar um androide e não outro.

Para salvar todos os robôs e evitar a destruição de Arcadia, Alma deve explorar a região e derrotar os chefões para avançar na trama.

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Parafuso e fluído em lugar de articulação

Descobrindo cada canto do local, o jogador encontrará chips para melhorar diversas habilidades. Nem todos podem ser usados e é preciso gerenciar o que importa mais. Assim, é possível jogar com itens que combinam mais com seu estilo de jogo — algo que eu, particularmente, adoro.

O combate também é ótimo, com diversas formas de ataque, graças as espadas e armas de fogo, que permitem que você desvie quando está cercado e até bloqueie os ataques inimigos na última hora (que gera rebotes ainda mais fortes). O game conta com um sistema de crafting para criar projetos de armas e melhorias a partir de itens coletados.

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Com todas essas possibilidades, é possível ter diferentes experiências, tornando alguns chefões mais fáceis do que o imaginado, mas também colocando o jogador em algumas situações complicadas.

Nada é orgânico, é tudo programado

“Nós somos bem transparentes com as nossas inspirações. Fizemos um jogo que tem a nossa interpretação de elementos de vários outros que nos inspiram, como a série Zelda, Metroid e Dark Souls”, disseram Tiani e Fernanda em resposta conjunta ao Canaltech, quando questionadas sobre suas inspirações.

As devs explicam também que a ideia não nasceu da vontade de fazer um metroidvania, mas dadas as escolhas de mecânicas e o estilo, UNSIGHTED acabou entrando nesse gênero.

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Assim como a vida, o game é “sobre tomar várias decisões e viver com as consequências dessas decisões. O jogo é inteiro pensado em cima desse conceito. Uma pessoa jogando terá de fazer escolhas o tempo todo, e elas têm consequências mecânicas e narrativas”, reforça a dupla.

No processo de criar um filme, uma música e um videogame, muito de cada artista é transportado para a obra, e em UNSIGHTED isso não foi diferente. “Vários dos nossos valores, do nosso jeito de enxergar as coisas se refletem no jogo. Um grande aspecto é a esperança em face da adversidade: no nosso jogo é sempre possível jogar de novo e fazer melhor, ajudar mais pessoas e causar mais bem no mundo”, contam as criadoras.

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Reinstalar o sistema

Assim como os estúdios que fazem jogos de grande orçamento (e o mundo como um todo), o Pixel Punk também teve problemas no desenvolvimento durante a pandemia da covid-19. Por conta do vírus e do isolamento social, Fernanda e Tiani dizem que isso afetou o psicológico delas e “influenciou bastante a produção do jogo”.

As semanas do período de lançamento foram turbulentas também, com trabalhos constantes na correção de bugs e outros erros técnicos, além do gerenciamento das redes sociais e outras páginas.

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Adivinhem quem acordou classificado como "Extremamente Positivo" no Steam! Obrigado a todos por jogar UNSIGHTED!

O pós-lançamento trouxe os merecidos louros. “O feedback dos jogadores tem sido incrível, é muito legal ver tantas pessoas jogando o jogo, descobrindo todos os detalhes que colocamos com muito carinho”. No entanto, as desenvolvedoras fazem uma crítica à indústria como um todo. “O jogo repercutiu bastante, mas ainda é um pouco frustrante se comparar com produções que ganham muito mais destaque na mídia”, desabafam.

Lá vem eles novamente?

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Sempre que um game é lançado, parte da comunidade fica sedenta por conteúdos adicionais. Histórias de outros personagens, mais missões, itens e por aí vai. Para UNSIGHTED, as duas desenvolvedoras são bem precisas para responder essa possibilidade: “por enquanto não, mas no futuro, quem sabe.”

Infelizmente, tanto UNSIGHTED quanto Dodgeball Academia, dois grandes indies brasileiros de 2021, ficaram de fora do The Game Awards, a maior premiação da indústria e que o Canaltech faz parte do júri. Em novembro de 2021, o game de Tiani e Fernanda recebeu o (merecido) prêmio Excellence in Storytelling (excelência em narrativa, em tradução livre) no Latinx Games Festival.

Temos a honra de aceitar este prêmio do @LatinxGamesFest! Obrigado a todos, e um agradecimento especial à Amelia Molino por ter ajudado tanto na escrita de UNSIGHTED!
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UNSIGHTED está disponível para PC, PlayStation 4, Nintendo Switch e Xbox One e também faz parte do Game Pass, graças a parceria entre a distribuidora Humble Games e a Microsoft.