Square Enix declara apoio aos jogos com NFT e ao metaverso
Por Lucas Arraz • Editado por Bruna Penilhas | •
Presidente da Square Enix, Yosuke Matsuda declarou que a publicadora dos jogos de Final Fantasy e Life is Strange planeja investir mais recursos no metaverso e jogos blockchain com o uso de NFT (token não fungível) no futuro.
A adoção das polêmicas mecânicas com criptomoedas ainda não tem data para desembarcar em games da Square Enix. Em uma carta aberta de Ano Novo publicada em 1º de janeiro, Matsuda argumentou que a tecnologia ainda não é aceita por uma grande parte dos jogadores, mas que uma outra parcela busca novas experiências nos títulos de videogames.
Além de elogiar o uso de NFTs nos games, o presidente da Square Enix defendeu que a adoção do formato pode tornar “os títulos mais emocionantes”. “Sei que algumas pessoas que ‘jogam para se divertir’ atualmente formam a maioria dos jogadores e expressaram reservas em relação às novas tendências. Isso é compreensível”, escreveu.
“No entanto, acredito que haverá um certo número de pessoas cuja motivação seja tornar o jogo mais emocionante. O jogo tradicional não oferece nenhum incentivo explícito a este último grupo de pessoas, que são motivadas estritamente por sentimentos pessoais inconsistentes como boa vontade e espírito voluntário”, ponderou o presidente.
Segundo o Kotaku, a resposta às declarações de Matsuda foi negativa nas redes sociais do país oriental. “Esse é um anúncio que mostra que a Square Enix acabou”, apontou um dos comentários no Twitter. “Acredito que Final Fantasy ganhará um metaverso”, escreveu outro usuário.
O que é NFT e metaverso?
O metaverso é considerado o próximo passo da aplicação de tecnologias de Realidade Virtual (RV), com o uso desses aparelhos para a entrada e interação de usuários em ambientes virtuais compartilhados. Uma aplicação comum do conceito é utilizada para definir a realização de grandes shows em jogos, como Fortnite, mas a expectativa é que esses ambientes virtuais sejam usados para realização de encontros mais casuais e profissionais no futuro.
Já o NFT, sigla para “tokens não fungíveis” em português, representa uma tecnologia que funciona como um certificado de autenticidade para itens digitais. Por meio de códigos criptografados, as desenvolvedoras e jogadores negociam itens únicos em jogos, como itens e equipamentos cosméticos, por exemplo.
Cada item comprado com criptomoeda gera um certificado que pode ser trocado, colecionado ou até vendido. Por seu caráter único, um item de jogo atrelado a um NFT pode ter o preço especulado e variável, rendendo lucro ou prejuízo nas transações.
NFT nos games ainda é controverso
A adoção de criptomoedas em videogames de grande orçamento é esperado por parte da comunidade e repelida por outras que não enxergam com bons olhos o mundo da especulação financeira envolvendo-se no mundo dos jogos.
A incerteza de como os NFTs podem mudar as comunidades de games online com a chegada de mineradores, influenciar o processo criativo de desenvolvimento ou ainda o preço de skins e itens in-game estão entre as preocupações mais aparentes.
Outra questão analisada na discussão sobre NFTs em jogos é como a tecnologia pode impactar o meio ambiente. Com a indústria dos videogames atraindo milhões de pessoas, a novidade pode colaborar com a emissão de mais de 200 quilos de substâncias que aquecem o planeta no processo de processamento e mineração digital. A quantidade é equivalente a dirigir por mais de 800 quilômetros em um veículo que roda com gasolina.
Fonte: Kotaku