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Análise | Outriders é muito divertido, mas falta de personalidade incomoda

Por| Editado por Jones Oliveira | 12 de Abril de 2021 às 11h03

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(Imagem: Divulgação/Square Enix)
(Imagem: Divulgação/Square Enix)

Quando anunciado, Outriders pintava com uma proposta de somar o que há de melhor em jogos de tiro em terceira pessoa com RPGs de ação para criar um gameplay diversificado e, ao mesmo tempo, grudento, de modo que os jogadores mais entusiasmados pudessem passar horas descompromissadas dando tiro para tudo que é lado.

Lançado no último dia 1º de abril para inúmeras plataformas, o game da People Can Fly, se olhado pelo prisma da diversão, entrega um ótimo produto. Um shooter de muita qualidade e que se torna ainda melhor quando jogado de modo cooperativo. Entretanto, falta personalidade a Outriders, passando a sensação de dejavú — ou cópia, se você for maldoso.

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Se pudéssemos pinçar outros games para criar a salada Outriders, poderia ser um misto de Gears, The Division e uma pitadinha de Rage, com retoques de Destiny. O Canaltech teve a oportunidade de experimentar o game e te traz os detalhes do gameplay.

Enredo sem graça

E, por mais que a People Can Fly não fale isso, o pano de fundo para o jogo, ou seja, seu enredo e personagens, estão ali apenas com o propósito de dar alguma "cor" para o game. Falamos isso porque, apesar de ter algum sentido, a história não é atrativa e a falta de um protagonista carismático deixa tudo muito sem graça nesse ponto.

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Isso porque, o protagonista, que no caso é você mesmo, pode ser criado antes do jogo começar, podendo ser um homem ou mulher, mas não há nome ou um histórico por de trás dessa pessoa, o que deixa tudo bem desconectado.

De todo modo, ao chegarmos no planeta Enoch, precisamos descobrir se ele é habitável para uma eventual colonização. A ECA (Enoch Colonization Authority), foi criada com esse propósito e precisa dar alguma chance à humanidade, que fora devastada na Terra. Entretanto, com pouco tempo no novo planeta, descobre-se que ele é atacado constantemente por um fenômeno chamado "Anomalia".

Esse fenômeno faz com que a ECA aborte, em um primeiro momento, a missão de colonizar o planeta. Mas uma reviravolta acontece e, em meio a um ataque da Anomalia, não é possível avisar o restante das pessoas de que colonização havia sido interrompida. Nesse ataque, por sinal, você acaba recebendo dons interessantes que lhe ajudarão, mas, para preservar o restante da tripulação dessa missão da ECA, seu personagem é congelado para, depois, ser acordado em um momento oportuno.

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Com 31 anos passados, o planeta Enoch vive períodos de guerra civil, onde humanos e outras criaturas se enfrentam. Como último Outrider sobrevivente, sua missão é ajudar uma antiga parceira de ECA para eliminar os rebeldes e outros inimigos.

Por mais que haja um esforço para dar algum peso à Outriders, o decorrer do game te mostra que o que interessa mesmo por aqui é o combate e o desafio. Não que a história seja necessariamente ruim, mas sua progressão desconexa só te faz querer resolver toda a parada na base da bala.

Shooter de primeira qualidade

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Se no enredo Outriders não arranca suspiros, no gameplay a coisa muda de figura. Isso porque o pessoal da People Can Fly bebeu de várias fontes para trazer um game extremamente divertido de jogar. Apesar de sua falta de personalidade, o desafio empolga e o fator replay é enorme.

No início do game você precisa escolher entre quatro categorias: Tecnomante, Piromante, Trapaceiro e Devastador. Em cada um deles você terá habilidades especiais que te ajudarão no decorrer do jogo, sobretudo se você conseguir jogar em equipe. Por isso, pense bem antes de escolher, pois não será possível mudar.

Para nossa análise, escolhemos o Piromante, que tem como foco o ataque a médio alcance e pareceu ser a opção mais equilibrada. Ao optar por sua categoria de preferência, você ganha uma árvore de habilidades e a chance de aprender golpes especiais de sua classe. Com o passar do jogo e do aumento do seu nível, você pode aperfeiçoar suas técnicas com pontos únicos a cada subida de degrau. Além disso, você pode equipar seu Outrider com as armas e vestimentas colhidas durante a progressão do jogo.

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Um ponto de destaque, porém, no gameplay de Outriders, é sua dificuldade. A People Can Fly resolveu adotar um estilo progressivo, que aumenta o nível dos adversários conforme você melhora o seu. O nome disso dentro do jogo é Grau de Mundo e, quanto maior, mais complicado de avançar no game será. Em contrapartida, recompensas mais poderosas chegarão e deixarão seu personagem mais forte.

Com tudo isso pronto, hora de ir para o tiro, porrada e bomba.

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Logo nos primeiros minutos você sentirá que há uma mescla de jogos em Outriders. A mecânica de cobertura e muros de Gears, a própria personalização, que é vista em The Division, e a sensação de ter balas e armas infinitas de Rage. Por mais que isso torne o jogo sem personalidade própria, não dá para dizer que a People Can Fly errou.

Tudo é bem divertido a o desafio é enorme. Mas existe saída para tudo e a curva de aprendizado não é das mais complicadas, mesmo com o nível dos inimigos, em dado momento, ficar bem acima das suas habilidades. Para ajudar nisso, faça as missões secundárias, pois elas aumentam o seu poderio e as recompensas são, em geral, boas.

Apesar dessa mescla bem-sucedida, há falhas em Outriders. Nem sempre a mecânica de muro copiada de Gears é bem executada. Por vários momentos o jogador não consegue fazer o apoio necessário e os inimigos se aproveitam disso para meter bala. Além disso, um ponto importante no combate que poderia ter sido utilizado são os golpes de one-hit-kill, como a brilhante serra da Lancer. A anomalia obtida por seu personagem é ótima, mas não suficiente para uma luta corpo a corpo com rebeldes e alienígenas.

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Além disso, sentimos falta de granadas à disposição, ao menos na categoria Piromante. Como não houve tempo hábil para experimentar as outras, atualizaremos essa análise caso exista a possibilidade do uso desses itens.

Gráficos, som e localização

Nós avaliamos o game em um Xbox Series S e a experiência foi a melhor possível. Outriders roda a 60 FPS cravados, em resolução 2K com HDR. Não há o uso de Ray Tracing, mas a iluminação e sombras são bem feitas, apesar de os gráficos não serem tão bons assim. Os efeitos sonoros, músicas de fundo e sons de combate são perfeitos.

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Já a localização é 100% em português do Brasil, com dublagem das melhores que já vimos recentemente e que ajudam a mitigar a falta de personalidade do jogo.

Jogue online

Apesar de, no momento dessa análise, o crossplay entre plataformas estar desativado, foi possível jogar algumas missões com outros jogadores dentro do Xbox, tanto do Series S e X como do One.

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Em Outriders podemos formar grupos de até três pessoas para passar pelas missões. Para facilitar para os jogadores, você pode entrar em meio a um gameplay caso o jogador esteja com essa opção liberada. O inverso também vale.

Há potencial para mais modos aqui, como PvP e PvE. Esperamos que a People Can Fly faça isso.

Veredicto

Apesar de sua falta de personalidade, Outriders é um ótimo shooter e merece ser jogado em todo seu esplendor. Não espere por temas muito profundos ou narrativas complexas. O negócio aqui é meter bala descompromissadamente e se divertir por horas na campanha, que tem progressão excelente e muito desafio.

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Para o online, há potencial para a inclusão de mais modos, mas o cooperativo dentro da campanha é excelente e, com certeza, te dará uma perspectiva ainda mais divertida do jogo. Escolha bem a sua classe e vá para cima.

Outriders está disponível para Xbox One, Xbox Series X e S, PlayStation 4, PlayStation 5, PC e Stadia. O game pode ser jogado desde o primeiro dia por assinantes do Xbox Game Pass nos consoles da Microsoft.

No Canaltech, Outriders foi avaliado graças a uma cópia para Xbox Series X e S gentilmente cedida pela Square Enix.