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Review Like a Dragon Gaiden | Novo jogo é quase um Greatest Hits de Yakuza

Por| Editado por Durval Ramos | 06 de Novembro de 2023 às 19h05

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Reprodução/Sega
Reprodução/Sega

A franquia Yakuza, renomeada pela Sega para Like a Dragonem uma decisão interessante se pararmos para pensar, demorou um pouco para realmente cativar a atenção do público ocidental. Por muito tempo, ela era uma série relativamente nichada, mas a aposta em localizar jogos para o PlayStation 4, como Yakuza 0 e Yakuza Kiwami, acabou pegando uma nova leva de jogadores de surpresa com a qualidade de seus títulos e da história em si.

Com o lançamento das remasterizações e Yakuza 6: The Song of Life, os fãs tinham toda a saga de Kazuma Kiryu, o membro Yakuza mais legal dos games. Quando Yakuza: Like a Dragon apresentou um novo protagonista na figura de Ichiban Kasuga, e uma mudança no gameplay, de beat 'em up para um RPG de turnos, muitos fãs estranharam, mas logo curtiram o novo jogo.

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A surpresa veio no meio do game, quando Kiryu, dado como morto, ressurge na história, criando uma lacuna sobre o que de fato aconteceu. Esse espaço em branco é preenchido por Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name, porque nomes curtos são para fracos, algo que Kiryu jamais será.

O game serve como ponte entre Yakuza 6, Yakuza: Like a Dragon e o vindouro Like a Dragon: Infinite Wealth, além de ser um excelente presente aos fãs ao entregar um tipo de epílogo para as aventuras solo de Kazuma Kiryu e um breve retorno ao estilo "pancadaria desenfreada" que marcou a série. na prática, ele é um belo resumo de tudo aquilo que a franquia é e representa.

A boa e velha novelona japonesa

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Um dos elementos que sempre agradou aos fãs da franquia Like a Dragon é o fato de sua história principal não deixar a dever aos grandes filmes de mafiosos. É sempre uma trama séria, cheia de reviravoltas e personagens marcantes, com momentos dignos do cinema.

Em Like a Dragon Gaiden, a história começa momentos após o final de Yakuza 6, com Kiryu fazendo um acordo com o grupo Daidoji, responsável pelos problemas do jogo anterior. Kiryu forja sua própria morte para salvar a vida de amigos e de crianças de um orfanato, enquanto trabalha em serviços de segurança para o grupo.

É essa a realidade em que encontramos o protagonista, agora tratado como Joryu, até o momento em que uma transação se mostra uma armadilha de um grupo ligado à Yakuza e que acaba com o "disfarce" do Dragão de Dojima.

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Marco disfarce entre aspas pois Kiryu tem exatamente a mesma cara e se veste basicamente do mesmo jeito de sempre, colocando, no máximo, óculos. Sim, Kiryu mete o papo de Clark Kent com as pessoas. É algo realmente impressionante, já que basta alguns personagens chegarem perto e o chamarem de Kiryu para que ele atenda normalmente. Um mestre dos disfarces!

Após ser basicamente descoberto, o Dragão de Dojima parte em uma jornada para entender direito quem quer tirá-lo dessa aposentadoria, em uma trama que o leva até sua participação em Yakuza: Like a Dragon e além.

Talvez essa seja a grande graça do jogo. Claramente feito para fãs da franquia, o game existe como uma espécie de DLC de luxo, já que não acrescenta muito à história e surgiu exatamente como essa trama extra. Só que tudo funciona tão bem que sua curta duração para os padrões da franquia (é possível terminá-lo em aproximadamente 20 horas) é mais do que bem-vinda. É mais Kazuma Kiryu, e isso nunca é algo ruim.

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Pancadaria franca mais uma vez

A mudança do gameplay da franquia Like a Dragon parecia inicialmente algo estranho, já que ela sempre foi bastante dinâmica e focada em lutas frenéticas. A mudança de RPG funcionou e faz bastante sentido dentro do contexto da mente de Ichiban, mas Like a Dragon Gaiden consegue dar um último gostinho dessa loucura que serviu com alicerce para a série até agora.

O sistema de combate de Gaiden é bastante simples, com alguns especiais e combos que você deve encaixar. Ao contrário de títulos como Yakuza 0, em que você tinha uma boa variedade de estilos de luta, o novo jogo traz somente dois estilos, sendo um mais violento, chamado de Yakuza, e outro mais técnico, que utiliza gadgets para ajudar nas lutas.

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Ambos são legais, mas pelo próprio escopo do jogo, são mais limitados do que comumente estamos acostumados. Ainda assim, é bem divertido encontrar todo tipo de inimigo rodando pela cidade e iniciar o combate quase que instantaneamente, merendando todos na porrada como se não houvesse amanhã.

O sistema de evolução parece uma mistura do uso de pontos de skills com a chance de gastar dinheiro para deixar Kiryu mais forte, comprando manuais de artes marciais. Esse sistema de usar dinheiro não é incomum na série, fazendo com que você se aventure bem mais nas sidequests para aumentar seu saldo bancário e ficar mais forte no processo.

A mistura entre a seriedade e a mais pura galhofa

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Enquanto a história da série Like a Dragon é sempre bastante dramática, boa parte da graça dos jogos está nas sidequests e atividades extras que você pode encarar no meio disso tudo. Like a Dragon Gaiden não poderia ser diferente e tem uma ótima seleção de missões que vão tirar gostosas risadas do jogador e deixam o jogo ainda mais divertido.

Ao contrário dos títulos anteriores, em que você trombava com essas missões no meio da rua, agora elas podem ser acessadas através de um aplicativo, reunidas por uma eventual aliada de Kiryu na trama. Essa mudança é compreensível para deixar o jogo mais dinâmico, mas tira um pouco a graça de encontrar, por exemplo, um sujeito que não sente dor e fica pedindo para apanhar no meio da rua.

Porém, a seleção de minigames do jogo é excelente, tendo autorama e o fliperama como pontos altos. Dentro do fliperama, é possível jogar Daytona USA 2 e até mesmo Sonic Fighters. É tudo tão cretino que fica lindo e certamente vai render boas horas de diversão.

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Feito para fãs e provavelmente somente eles

Talvez o maior defeito de Like a Dragon Gaiden é seu maior acerto. O jogo é excelente para fãs de Kazuma Kiryu e da franquia, entregando um jogo que dificilmente trará grandes críticas. Porém, ele parece ter sido feito somente para esse grupo de pessoas.

Obviamente, por se tratar de um jogo que serve para preencher um espaço na história da série que surgiu como um DLC, é totalmente compreensível que ele seja desse jeito, mas novos jogadores terão que procurar os títulos anteriores para se apaixonarem pela série. Dificilmente um neófito da franquia jogará Gaiden e já achará tudo muito legal, mas pode acontecer de se interessar e buscar o restante.

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Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é um excelente jeito de dar adeus às aventuras solo de Kazuma Kiryu e ainda entrega algo de qualidade para os jogadores curtirem até a chegada do próximo capítulo.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name será lançado para PlayStation 4, PS5, Xbox One, Xbox Series S/X e PC no dia 8 de novembro.